Apesar da crise econômica mundial causada pela pandemia da covid-19, o mercado brasileiro está em alta e deve continuar assim em 2021, segundo as expectativas do setor. O mercado de imóveis passou por um reaquecimento em 2019, movido pelo crescimento da economia brasileira, que, apesar de fraco, foi puxado principalmente pelo setor de serviços.

A tendência se manteve durante todo o ano de 2020. No último trimestre do ano passado, as vendas de imóveis cresceram a um nível recorde de 9,8% em relação ao mesmo período de 2019, segundo um levantamento da CBCI (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) – embora os lançamentos tenham caído no mesmo período.

Uma pesquisa feita pela Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) em setembro passado com 38 das maiores empresas do setor revelou que 97% dos empresários pretendiam lançar novos projetos nos próximos 12 meses e 92% pretendia comprar terrenos – apesar de não haver expectativas de alívio da pandemia.

As razões da alta do mercado de imóveis

No mercado imobiliário, já está cristalizada a explicação de por que o período de pandemia aumentou o interesse das pessoas por novos imóveis. O home office e o distanciamento social aumentaram o tempo que os moradores passam nos seus imóveis e também gerou novas necessidades. Ao ficar mais em casa, as pessoas puderam dar mais atenção às características e problemas do seu imóvel.

Além disso, questões de conforto, isolamento acústico e estrutura adequada para o trabalho se tornaram mais importantes com as necessidades de trabalhar em casa e deixar as crianças mais tempo em casa, fora da escola e longe das aglomerações.

Fora do aspecto do comportamento dos consumidores, a baixa taxa de juros também explica por que o mercado imobiliário está tão convidativo. A Selic, a taxa básica de juros do Banco Central, está em 2% ao ano, nível mais baixo da história. Há apenas três anos, a Selic estava em 6,75% ao ano e, desde então, vem sendo reduzida constantemente pelo BC.

A Selic serve como referência para as taxas de juros de parcelamentos e financiamentos de todos os tipos, inclusive de imóveis. Por isso, a manutenção de uma Selic baixa pelo BC favorece a venda de unidades residenciais.

As tendências atuais do mercado de imóveis

Dentro do mercado imobiliário, o segmento que está mais em alta hoje em dia é o dos apartamentos de luxo. Para que um condomínio seja considerado de alto padrão, ela precisa apresentar algumas características, como:

- Estar localizado em uma zona nobre, que seja esteticamente bonita, segura e próxima a centros comerciais

- Possuir uma infraestrutura de lazer avançada, com serviços como piscina aquecida, quadras de esporte, academia, salão de festas e playground

- Serviços diferenciados, como portaria com 24 horas diárias de funcionamento, manobrista e concierge

- Acabamentos da mais alta qualidade, sem falhas estéticas ou defeitos de funcionamento

- Tecnologia de ponta em serviços como elevador e portaria e no aparato de segurança, como câmeras, portões e alarmes

Esses são requisitos para definir o que é um apartamento de alto padrão. Porém, hoje em dia, existe uma série de tendências que estão presentes nos lançamentos de imóveis de alto padrão e que fazem sucesso em meio ao crescimento da venda de propriedades desse tipo. Atualmente, é comum vender os apartamentos logo depois do lançamento, para que a construção seja moldada às necessidades do cliente – inclusive a divisão dos cômodos.

Entre as principais vantagens exigidas hoje no mercado estão confortos ligados a técnicas modernas, como o isolamento acústico – que consiste em utilizar materiais específicos para diminuir o máximo possível a passagem de sons de um apartamento para outro – ou do ambiente interno para o externo e vice-versa. Outra demanda cada vez mais comum é o ar-condicionado central, que é instalado na fase de obras e não possui aparelhagem do lado externo do apartamento.

Algumas das tendências mais ligadas ao mundo contemporâneo são a automação e a sustentabilidade. No primeiro aspecto, entram comodidades como cortinas, iluminação e banheiras controladas a distância ou até com sensores. Já a questão verde é inevitável do mundo atual, e uma logística ecologicamente correta em um condomínio inclui uso da energia solar, reutilização da água da chuva, poços artesianos, aquecimento solar e caldeiras para que a água chegue já aquecida aos chuveiros.