Áudios com ofensas extremas a feministas e chamando homossexuais de sub-raça deixou a pequena cidade de Amambai, na fronteira de Mato Grosso do Sul, pasma. O crime, que pode ser intitulado como de ódio nas redes sociais, teve início em um grupo WhatsApp.

O bolsonarista Genaro Pignones fez ataques que foram vazados posteriormente. Em um trecho, ele diz: “elas [feministas]  se dizem representante das fêmeas, das mulheres. Se o suvaco é cabeludo imagina o r..., a catinga daqueles monstros”.

Segundo informado por uma testemunha, Genaro é ligado ao movimento bolsonarista e se manifesta diretamente contra o PT e contra mulheres do município. No áudio, ele cita os partidos do PT, Psol, PCdoB.

“Esses partidos querem a degradação moral. Isso aí reuniu tudo que é pederasta, cafetina, veado, sapatão e tudo se reuniu num partido só. Para destruir a sociedade, a igreja, a religião e destruir a família”, disse.

Após o vazamento, um grupo de mulheres que são pré-candidatas ao cargo de vereadora pelo PT local fizeram um comunicado ao presidente municipal do partido, já que existe a citação da sigla. 

“Esse senhor deve ser analfabeto político, que generalizou situações mais radicais ocorridas em ações fora do MS. Para ele, isso é organizado pelo PT. Mas, não aqui em Amambai, eu faço parte de um grupo de nove mulheres que são pré-candidatas. Luto muito pelo direito feminino e agora ouço uma coisa dessas”, apontou uma delas que não quis se identificar.

O caso está nas mãos de advogados e Genaro pode ser processado pelo crime de ódio.

O outro lado

Em contato com Genaro a respeito do caso, ele não quis comentar, mas não desmentiu a fala. E disse que iria verificar todo o contexto da situação para se manifestar. Ele se disse surpreso com a repercussão e possibilidade de ser processado por crime de ódio.

“Dependendo, teria que ver toda a conversa. A conversa inteira. O que foi falado. Simplesmente fico até surpreso [pela repercussão]. Somos aqui do interior, e eu vou conversar com meu patrão primeiro e depois ver sobre isso”, disse. 

(Editada às 16h44 para atualização de informação)