Famílias de bebês e gestantes que morreram na maternidade da Santa Casa de Corumbá fizeram um protesto emocionado, onde cobraram respostas e ações do poder público, neste domingo (17), em Corumbá. A falta de uma UTI neonatal é apontada como causa de muitos óbitos, dizem os denunciantes. 

O TopMídiaNews tem acompanhado o drama das famílias que perdem seus entes e dizem que a causa das mortes não são justificadas pelo hospital, que hoje está sob intervenção de uma junta. 

O ato foi feito no coreto da Praça Independência e puxado por Evelyn Amorim, 31 anos, que perdeu o pequeno Ravi em 2022. Muitos manifestantes usaram camisetas brancas ou com as fotos dos bebês falecidos e as grades no entorno tinham balões brancos e pretos. 

Evelyn falou ao microfone, assim como familiares de outras vítimas. Ela destacou que, por falta de informação, muitas pessoas em Corumbá só sabem da mortandade de crianças quando acontece com elas. 

''Eu só fui saber de morte de bebês quando eu perdi o meu'', disse a mulher em meio às lágrimas. 
Emocionada, Amorim comentou o caso de uma amiga, Eneliz Silva, que também perdeu a chance de viver a maternidade e faleceu também. 

''Era minha amiga de infância. Ela tinha um sonho que era construir uma família. Quando ela estava gerando [um filho] o sonho dela foi destruído'', comentou a manifestante, apontando descaso e falta de estrutura da maternidade. 

No dia 24 de fevereiro, o TopMídiaNews mostrou o desabafo do pai da Eneliz sobre a morte do neto e da filha. Ele se mostrou revoltado e que as autoridades responsáveis não fazem nada. 

Eneliz e o bebê morreram na maternidade de Corumbá (Reprodução Facebook)

UTI 

Algumas famílias denunciam que a equipe médica do hospital força o adiamento de partos em razão da unidade não contar com uma UTI Neonatal. Sendo assim, muitas delas sofrem complicações e acabam perdendo os bebês em cirurgias de emergência. 

O TopMídiaNews já questionou a prefeitura, que repassa as perguntas para a Junta Interventora da Santa Casa. O presidente da Junta, Milton Carlos de Melo, o ''Miltinho'', nunca respondeu a nenhum questionamento. 

Na semana passada, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) denunciou a situação ao Ministério Público Estadual. O espaço está aberto para manifestações.