Francelle Karoline Alves Menacho, 30 anos, tatuou uma frase em homenagem à irmã, Grazielly Karine Soares Alves de Lima, 28 anos, vítima de feminicídio em junho, em Corumbá.
“Grazielly, você era a minha força. A partir de hoje, será a minha estrela”, é a frase da homenagem postada nas redes sociais de Francelle.
“A tatuagem foi uma forma de homenagear e sempre ter ela 'colada' em mim, como sempre fomos, nem que seja pelo nome dela ou de alguma outra forma, pois sei que lá de cima, ela está olhando por todos nós. A falta que ela está fazendo é imensa”, relatou ao Diário Corumbaense, site local da cidade.
France, como também é conhecida, diz que a frase resume como ela e a irmã eram.
“A gente sempre foi unida. Uma ajudando a outra e uma defendendo a outra, tínhamos nossos desentendimentos, como qualquer irmão tem, mas nada interferia. Minha irmã era uma pessoa boa, batalhadora, guerreira. Eu tenho muito orgulho da pessoa que ela foi, sempre corria atrás daquilo que queria”, relembrou.
Uma das características de Grazielly, conforme a irmã, também era a ligação com a família.
“Sempre família, gostava de estar junta, ela zelava muito por todos nós. Não foi criada pelo pai, e, minha mãe, era tudo na vida dela”, mencionou.
Cinco dias antes de ser morta, Francelle contou que a irmã foi até a casa dela fazer suas unhas, pois ela era manicure.
“Como sempre, conversávamos sobre coisas que estavam acontecendo com a gente. Ela disse que tinha vontade de voltar a estudar, pois fazia curso de Direito, mas acabou trancando a faculdade por conta dele (o assassino), mas ela havia afirmado que voltaria e terminaria o curso”, falou. “Era o sonho da vida dela ser advogada”, completou.
O feminicídio
Grazielly foi torturada, esfaqueada, golpeada com socos, mordidas e teve o cabelo cortado em várias partes.
O crime aconteceu na madrugada de 22 de junho, no bairro Popular Nova. O autor foi Edmilson Veríssimo dos Reis, de 33 anos, com quem mantinha relacionamento conturbado e de idas e vindas.
Horas antes, eles haviam saído para jantar e ao retornar para a casa de Edmilson, Grazielly foi assassinada.
"Aquidauana", como era conhecido, depois de cometer o crime ficou foragido por algumas horas, mas ao ser encontrado em uma residência na parte alta da cidade, atirou contra a própria cabeça, ficou hospitalizado por cinco dias e morreu no dia 27 de junho.