A+ A-

sexta, 26 de abril de 2024

Busca

sexta, 26 de abril de 2024

Link WhatsApp

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp Top Mídia News
Interior

19/10/2015 11:23

A+ A-

MP investiga custódia de presos em Dourados

O Ministério Público Estadual instaurou procedimento para investigar denúncia de desvio de função da Polícia Militar na custódia de presos em hospitais de Dourados. A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (ACS/PMBM/MS) alega que a vigilância destes detentos deve ser feita pelos agentes penitenciários e não por policiais militares, que enquanto poderiam estar atuando na segurança das ruas e coibindo crimes, acabam “presos” 24h por dia nas enfermarias das unidades de saúde.

De acordo com o Ministério Público, informações já foram solicitadas para a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e ao comando da Polícia Militar, que tem prazo até esta semana para responder a 16ª Promotoria.


Crise

Com um déficit de 300 policiais, a Polícia Militar de Dourados é obrigada a destinar mais de 90 PMs por mês para a vigia de presos em hospitais. De acordo com o diretor regional da ACS em Dourados, Aparecido Lima, a denúncia aponta desvio de função da Polícia Militar, que alega ser atribuição dos agentes penitenciários a custódia de presos.

“O servidor público tem a sua atuação limitada por lei, somente podendo desempenhar as atribuições legalmente previstas, de modo que não pode o agente público fazer o que bem entende, nem cumprir missões que não estejam no rol de atribuições do cargo ocupado, sob pena de usurpação de função pública, e de incidir em abuso de autoridade por desvio de função ou excesso na atuação funcional”, explica Aparecido.

De acordo com ele, é latente a ilegalidade desta atribuição incumbida à Polícia Militar, que vem sofrendo com a falta de efetivo, deixando de cumprir seu papel constitucional para fazer a vontade do Estado que deveria, conforme ele, abrir concurso público para agentes penitenciários.

Segundo Aparecido, a Legislação deixou claro que a função da PM é a de realizar trabalhos ostensivos e de preservação da ordem pública. “Ao conduzir um acusado em flagrante delito à Delegacia, o papel da polícia Militar se encerra nesta, nos termos do artigo 304 do Código do Processo Penal”, destaca.

Outra grave situação para os policiais de Dourados denunciada pelo sindicato é a falta de um alojamento adequado dentro de unidades de saúde, como Hospital da Vida e Universitário. De acordo com Aparecido, os policiais que fazem a escolta de presos com doenças extremamente contagiosas como a tuberculose, ficam abrigados no mesmo espaço desses pacientes.

“O ideal seria como é feito em Campo Grande, onde há uma sala com banheiro específico para o policial. Aqui os pacientes e policiais dividem estas mesmas estruturas, o que gera um grave risco de contaminações diversas para os policiais”, critica, observando que devido a vários presos ficarem em quartos diferentes, vários policiais precisam ser designados para cumprir esta função.


Estado

Recentemente a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que ainda não havia sido comunicada sobre a denúncia, mas defendeu que é atribuição sim da Polícia Militar a custódia dos presos dentro das unidades de saúde. Destacou ainda que está em tratativas com a Secretaria de Saúde para criar alas dentro das unidades de saúde específicas para o atendimento aos detentos. A medida tem a finalidade de destinar menos policiais para a custódia de presos.

Em outros estados, a custódia de presos em hospitais já é feita por agentes penitenciários. Com isso, a autorização de custódia de presos por policiais militares só pode ser feita quando se tratar de presos militares.

Loading

Carregando Comentários...

Veja também

Ver Mais notícias
GOVERNO MS DENGUE ABRIL 2024