Polícia

22/10/2021 15:17

Presos fazem motim, ferem policial e parentes denunciam abusos no 'fechadão da Gameleira'

Sinistro ocorreu no Pavilhão 1, onde ficam lideranças de uma facção criminosa

22/10/2021 às 15:17 | Atualizado 22/10/2021 às 16:24 Thiago de Souza
Reprodução A Onça

Presos iniciaram um motim, na manhã desta sexta-feira (22), na Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande. Parentes dos internos denunciam abusos e agressões. 

Conforme a Agência Estadual de Administração do Sistema Prisional, a Agepen, a confusão começou quando um preso foi tirado da cela normal, no Pavilhão 1, para ser levado à cela disciplinar. 

Ainda segundo a Agepen, os demais presos começaram a bater nas grades e chegaram a danificar o tanque de roupas do pavilhão. Um policial penal ficou ferido no olho durante o motim. 

A alteração dos presos foi controlada com a chegada do Comando de Operações Penitenciárias, o COPE. Os internos envolvidos já foram identificados e serão alvo de sanções cabíveis, diz a Agepen. O pavilhão 1 é onde ficam lideranças da maior e mais violenta facção criminosa do País. 

Rigoroso

O presídio fechado da Gameleira foi inaugurado em agosto deste ano, na Saída para Sidrolândia. A unidade é oficialmente reconhecida por um modelo mais rigoroso de segurança. A Agepen diz que até o momento nunca houve registro de uso de celular nessa unidade.  

Desde a abertura, houve diversas reclamações de abusos contra a unidade. Nesta sexta-feira, parentes de internos denunciaram, mais uma vez, que os presos sofrem espancamentos, humilhações, comida estragada e jogada no chão para os detentos. 

Em nota, a Agepen negou as denúncias. 

''A alimentação é fornecida por empresa terceirizada vencedora de licitação e fiscalizada pela administração do presídio, qualquer intercorrência, a Agepen é comunicada e a empresa notificada. Tivemos há um tempo atrás um problema com o feijão, aí passou a ser servido separado''..

''Qualquer denúncia de maus tratos é investigada pela Corregedoria Geral da Agepen, o Ministério Público também realiza apurações quando necessário. Além disso a rotina da unidade é acompanhada pelo Judiciário e Defensoria Pública''.