O clima está tenso na cidade de Anastácio, cidade distante 145 quilômetros de Campo Grande, com a prisão dos três homens que assassinaram o ex-vereador Cristóvão Silveira e sua esposa, Fátima Silveira, na Capital. Isto porque os acusados viviam e foram capturados na cidade do interior.

Em conversa com a reportagem, poucos moradores quiseram opinar ou relatar o medo que estão sentindo depois que o crime teve até divulgação na mídia nacional. Ricardo da Silva, proprietário de uma loja de veículos e peças, contou que o caso de duplo homicídio o pegou de surpresa:

"Eu estava de férias e quando cheguei fiquei entristecido porque a cidade entrou nas páginas policiais de uma forma tão assustadora".

Além da repercussão negativa, o comerciante ainda afirmou que ele e a família estão “em alerta” ao andar na rua e trancam a casa duas ou três vezes.

Alguns moradores também custaram a acreditar e ficaram em estado de choque após a bucolidade do município ter sido interrompida na tarde da última terça-feira (18). Para a operadora de caixa Angela Santos o crime foi tão cruel que ela e as amigas estão resguardadas em casa:

- Estamos preferindo ficar em casa até a poeira baixar. Poderia ter acontecido com qualquer uma de nós.

Pai e filho, que confessaram ter cometido os assassinatos, são “figurinhas carimbadas” da polícia de Anastácio. Com uma extensa ficha criminal, Rivelino Mangelo, 45 anos, e o filho Rogério Nunes Mangelo, 19 anos, possuem passagens por furto, lesão corporal dolosa, vias de fato e violência doméstica.

Conforme informações policiais, Pequeno, como Rogério era conhecido na cidade, teria entrado na vida do crime ainda na adolescência. Desde 2010, quando tinha apenas 12 anos, o jovem já era investigado por cometer pequenos furtos em cidades vizinhas e levar os objetos para Anastácio. Além de também ter sido apreendido pelo crime de vias de fato. Após a maioridade, no ano de 2016, o suspeito foi enquadrado por lesão corporal dolosa.

Rivelino, pai de Rogério, possui nove filhos com mulheres diferentes. O homem, que é casado com uma mulher cadeirante há 13 anos, também é velho conhecido da delegacia de polícia. O acusado possui, pelo menos, 10 passagens policiais, entre elas furto, ameaça, violência doméstica e lesão corporal dolosa.

Duplo Homicídio

Alberto Nunes Mangelo, outro filho de Rivelino, também foi detido no crime contra o ex-vereador e a esposa. O jovem, de 20 anos, é morador da zona rural de Aquidauana e, mesmo não participando ativamente do duplo homicídio, será indiciado por receptação e associação criminosa. Segundo a polícia civil, Alberto teria abrigado o irmão em sua residência e estaria em posse de uma televisão roubada do sítio do casal.