A diretora do Marco, Museu de Arte Contemporânea, Lucia Monte Serrat, pediu adiamento do depoimento que prestaria à DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), na tarde desta sexta-feira (15). Ela disse estar abalada com a repercussão de um quadro que foi tido como apologia à pedofilia.
Quem prestou as informações foi o secretário de Cultura e Cidadania, Athayde Nery. Ele destacou também que, além de fragilizada com a situação, ela tem de desmontar uma exposição e organizar a próxima.
A Polícia Civil aceitou o pedido de adiamento, que ficou para 'semana que vem', conforme o secretário Nery. Questionado sobre a continuidade da apreensão do quadro, o titular da Cultura disse que isso será informado pelos advogados que cuidam do caso.
Repercussão
Athayde Nery disse que conversou com Alessandra Cunha, autora dos quadros, e disse que o objetivo da artista é exatamente combater a pedofilia. ''Ela usa uma linguagem própria, para mostrar que isso acontece na sociedade'', relatou.
O secretário disse que não pode falar em 'apologia' à pedofilia. ''Se eu fizer uma exposição falando de violência contra a mulher, eu estarei incentivando a violência'', questiona.
Discussão
Apesar da apreensão do quadro, o secretário disse que há pontos positivos a celebrar. ''Tem muita gente não conhecia o Marco e agora está indo lá'', brincou.
Nery disse ainda que a artista atingiu um de seus objetivos que é propor uma discussão e o debate. Ele destacou que é preciso respeitar diversos pontos de vista, tanto dos deputados que questionaram a obra quanto da pintora.
A exposição Cadafalso, da artista Alessandra Cunha ficará no Marco até domingo (17). Essa é a segunda mostra da pintora em MS, sendo a estreia em 2014.