O corpo do militar bombeiro Edvaldo Alcides Benite, morto no sábado (12), atropelado por um motociclista supostamente alcoolizado, deverá ser cremado nesta sexta-feira (18). Houve atraso na cremação devido à tramitação burocrática de liberação dos restos mortais da vítima, o que aconteceu somente nesta quinta.

As cinzas do militar serão espalhadas na região da Cascalheira, na margem sul-matogrossense do rio Paraná, conforme último desejo dele revelado à netinha de 6 anos, há menos de um mês, segundo a família. As informações são da filha do bombeiro, a técnica mecânica Rosiane da Silva Benite. Ela conta que a família ainda está abalada com a fatalidade.

“Estou há quatro dias sem dormir. Minha mãe está impossibilitada de andar e deve ficar assim por 60 dias, com a perna engessada. Ainda sente muitas dores no corpo. Estou correndo atrás da documentação necessária para liberação dos restos mortais do meu pai para cremação. Foi uma exigência da empresa funerária, pois a morte dele foi por causa violenta e a polícia é quem libera o corpo para a família cremar”, explicou.

A família de Edvaldo está em Castilho (SP) e segue nesta sexta-feira para a cerimônia em Araçatuba (SP). “Minha filha quem vai espalhar as cinzas do avô, na Cascalheira. Foi o desejo dele. Após perder um colega em um acidente em Campo Grande, meu pai dizia isso para ela. Parecia que estava adivinhando a fatalidade. Dizia que ‘quando virasse estrelinha’ queria ser cremado e espalhado por lá... Levávamos na brincadeira”, contou Rosiane.

O último pedido de Edvaldo será realizado em cerimônia familiar, sem data prevista. “Agradeço imensamente, ao Corpo de Bombeiros e às polícias Civil e Militar pelo apoio e empenho a toda esta situação e à minha família. Minha mãe dependia 100% do meu pai.Era seu amparo. Está muito abalada e impossibilitada de muitas coisas.

Toda esta ajuda é muito importante para nós. E sobre meu pai, tenho a dizer que morreu fazendo uma coisa muito linda, que foi salvar minha mãe. Ele é minha referência, em tudo”, finalizou a filha de Edvaldo.

JUSTIÇA

A esposa de Edvaldo, Rosinei Benite, afirmou em entrevista ao Grupo RCN de Comunicação, no dia seguinte ao acidente, que vai cobrar da Justiça a punição a Ricardo dos Santos Veríssimo, apontado como responsável pelo atropelamento do bombeiro. O motociclista foi preso em flagrante e permanece na cadeia da cidade.