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Polícia

07/07/2018 09:30

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Vítima de maior golpista de MS cobra judicialmente R$ 1 bilhão de preso na Ofir

Preso em Campo Grande pegou R$ 100 mil emprestado e assinou promissória bilionária

Alan Hassem Salvatierra, morador de Guará, Brasília, disse atuar no mercado financeiro internacional há décadas e foi um das cerca de 60 mil vítimas de Celso Eder Gonzaga de Araújo, preso em Campo Grande desde novembro do ano passado na Ofir, operação da Polícia Federal que desmantelou o maior esquema de estelionato que se tem notícia em Mato Grosso do Sul.

Contrariando a maioria das vítimas da trama, que ainda sonha em ficar milionária com dinheiro prometido por Araújo, Salvatierra acionou o preso na Justiça e pede dele R$ 1 bilhão.

Para entender esse assunto cujo trato sempre exige termos superlativos: Celso Eder foi preso porque catava dinheiro das pessoas e prometia a elas ganhos gigantescos por meio de títulos antigos e de minas de ouro já desativadas no Brasil e exterior. Para a PF, tais jazidas nunca existiram e os papeis mostrados às vítimas que as comprovariam, todos, são falsos.

Alan Hassem disse ter conhecido Celso Eder, que morava no conjunto habitacional Moreninha, em Campo Grande, por meio de um amigo. Num segundo diálogo, Celso Eder pediu dinheiro emprestado a Hassem para uma viagem ao exterior.

Hassem pediu garantias e Celso mostrou a ele documentos com conteúdo atraente ao menos do ponto de vista financeiro. Papeis indicavam que Celso ia receber somas bilionárias.

Em troca do dinheiro emprestado, Celso propôs a Hassem um contrato com lucro aquém de qualquer plano financeiro ofertado pelo mercado financeiro brasileiro.

Hassem recusou a proposta do contrato, no entanto, disse a Celso que poderia ajudá-lo desde que assinasse uma nota promissória. “Nota promissória me dá direito ao crédito imediato”, disse Hassem. Negócio feito: Celso Eder assinou a nota no valor de R$ 1 bilhão.

E Hassem deu a ele em torno de R$ 100 mil, R$ 10 mil dos quais em dinheiro e, o resto, em ouro. Essa operação, disse Hassem, foi acertada na segunda metade do ano passado.

Nota promissória assinada pelo golpista

Com Celso Eder detido e notando o risco de prejuízo, Hassem disse ter pesquisado os bens do estelionatário. “Até agora, identifiquei R$ 20 milhões, entre dinheiro, carros e imóveis. Nem quero o dinheiro prometido, mas o que eu emprestei a ele e com juros. E se a Justiça conceder mais que isso talvez eu abra uma conta bancária em nome da polícia para que as outras vítimas recebam o que perderam”, prometeu Hassem.

Em fevereiro deste ano, Hassem moveu uma ação de execução extrajudicial contra Celso Eder, pedindo o que está escrito na nota promissória, isto é, R$ 1 bilhão.

A petição foi protocolada na Vara Cível de Guará, região administrativa de Guará, Distrito Federal.

OUTRA VÍTIMA

Aqui em Campo Grande, um empresário disse ter acreditado na proposta de Celso Eder e, por isso, desembolsou em torno de R$ 6 milhões. Em troca, também receberia rendimento na casa do bilhão. Embora o rombo financeiro, o empresário não denunciou o estelionatário e disse acreditar na devolução bilionária. A PF informou que a fortuna do empresário bancou viagens internacionais feitas por Celso Eder.

Desde a publicação do histórico do empresário campo-grandense, pelo TopMidiaNews, dispararam dezenas de mensagens vindas dos quatro cantos destinadas à redação do jornal com conteúdos agressivos contra a reportagem.

Pessoas que investiram no projeto de Celso Eder sustentam que vão receber o dinheiro de volta, com lucro, e que a PF “erra” em investigar o caso. "Erra mais ainda quem acredita nela [PF]", escreveu um aliado do estelionatário. Quase todas as mensagens, em algum trecho, citam Deus como aliado deles.

MENTIRAS

Celso Eder tem 25 anos de idade, mas aos “investidores” em sua trama dizia ter 33. Ele mostrava títulos de cônsul, diploma de Administrador de Empresas, mas os papeis, segundo a PF, eram falsos.

Na casa dele, a PF apreendeu relógios que, somados, custam em torno de R$ 300 mil e em torno de R$ 200 mil em pedras preciosas. Em sua conta, em torno de R$ 1 milhão, bens que foram confiscados.

Às vítimas, Celso Eder dizia que o lucro do dinheiro investido – que ia mil a milhões de reais – viria de dinheiro de minas de ouro cujas somas seriam  repatriadas para o Brasil.

Celso Eder e outros três parceiros, um deles tio, permanecem presos por estelionato, formação de quadrilha e há intenção de incriminá-los por lavagem de dinheiro. O esquema é investigado tanto pela Justiça Estadual quanto pela Polícia Federal, por tratar-se de crime contra o sistema financeiro do país.

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