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Retrospectiva 2018

31/12/2018 16:08

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Em 2018, PM e PRF 'cortaram na própria carne' e acabaram com a farra de policiais cigarreiros

Tenente-coronel da PM já foi condenado e recebia até R$ 100 mil por mês para fazer vista grossa para a maracutaia

Duas grandes operações policiais em 2018, a Nepsis e a Oiketicus, mostraram que, por trás do contrabando de cigarros do Paraguai, havia a participação decisiva de policiais: militares, civis e rodoviários federais. Um deles, tenente-coronel da PM, faturava até R$ 100 mil por mês para fazer a ''vista grossa'' para a maracutaia.

Oiketicus

Em maio, a Oiketicus foi deflagrada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, junto com a Corregedoria da Polícia Militar. Foram presos 21 policiais militares, entre praças e oficiais. Eles atuavam principalmente na região de  Bela Vista, Jardim e Guia Lopes da Laguna.

O tenente-coronel Adimilson Barbosa Cristaldo, conhecido na polícia como ''Chico Bento'', era um dos chefes do esquema, ao lado do tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva e o major Oscar Leite Ribeiro. Enquanto comandava o batalhão da PM, em Jardim, Cristaldo recebia até R$ 100 ao mês, o que garantia carros de luxo, viagens e até banheira avaliada em R$ 23 mil.

Dia da prisão de PMs na máfia dos cigarros. (Foto: Arquivo - TopMídiaNews)

Todos os envolvidos foram denunciados e alguns já foram julgados e condenados pela Justiça Militar. Um deles foi Chico Bento, que pegou 3 anos de prisão por obstrução de justiça por não fornecer a senha do aplicativo de mensagens para os investigadores.

Um outro personagem do esquema, o sargento Ricardo Campos Figueiredo, também foi preso por obstrução de justiça. Na hora que a polícia entrou em sua casa, ele se trancou no banheiro e tentou destruir o celular. Foi preso, julgado e condenado a 22 anos de prisão.

Nepsis

A operação desencadeada pela Polícia Federal, mas que contou, sobretudo, com a ajuda da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, ocorreu em cinco estados e descobriu que agentes rodoviários, policiais civis e militares facilitavam a passagem de cigarros vindos do Paraguai.

A PF concluiu que o grupo criminoso era extremamente articulado e formou uma espécie de consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai pela fronteira do Mato Grosso do Sul.

O balanço da operação divulgou que o grupo passou 1.200 carretas de cigarros contrabandeados. O prejuízo estimado com a operação criminosa foi de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
Foram cumpridos 35 mandados de prisão. Entre os quais, cinco agentes das PRF em Mato Grosso do Sul.

Corregedoria prendeu PRFs envolvidos na máfia dos cigarros. (Foto: Divulgação PRF-MS)

De acordo com a comunicação da PRF, o envolvimento desses policiais com o crime, que eram lotados em Bataguassu, foi detectada pela própria corregedoria, há dois anos.

Alguns mandados de prisão e de busca e apreensão de membros da quadrilha foram cumpridos em casas de alto padrão. Em uma delas, no distrito de Porto Morumbi, em Eldorado, barcos de luxo e jet skis foram apreendidos.

Cerca de 280  policiais federais de diversos estados foram destacados pela PF para o cumprimento de 35 mandados de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 12 suspensões de Exercício de Atividade Policial e 43 mandados de busca e apreensão, nos cinco Estados.

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