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Polícia

Em grampo da Coffee Break, Scaff aparece chamando Amorim de 'chefe'

22 junho 2016 - 17h03Por Airton Raes

Denunciados pelo Ministério Público Estadual por envolvimento na Operação Coffee Break, o ex-secretário de Finanças de Campo Grande e procurador Jurídico da Câmara Municipal, André Scaff, foi flagrado pelas interceptações chamando o empresário João Amorim de “chefe” em diversas situações. Scaff e Amorim estão entre os 24 denunciados à Justiça por suposta associação criminosa e prática de corrupção passiva e ativa para cassar o prefeito Alcides Bernal, do PP.

Scaff é apontado pelo MPE como o elo entre os vereadores e Amorim. “É de se salientar, por causa de sua importância, que João Alberto Krampe Amorim dos Santos também contava com o pertinente suporte, dentro da Câmara de Vereadores, do denunciado André Luiz Scaff, que então exercia o cargo de Diretor-Geral do Legislativo, Procurador Jurídico e Chefe de Gabinete da Presidência da Casa de Lei campo-grandense, o qual, em razão do vínculo que os unia, tratava o como chefe em diversas interlocuções que mantiveram”, destaca o relatório.

O MPE relata que no dia em que Bernal foi cassado, Scaff atende ligação de João Amorim, o chamando de “chefe”. “Na ocasião, o empresário solicita que André Luiz Scaff passe a ligação para o vereador Mario Cesar Oliveira da Fonseca, quando agendam uma segunda conversa para aquele dia na residência de João Alberto Krampe Amorim Dos Santos”, aponta.

No dia 17 de março de 2014, já empossado no cargo de Secretário Municipal de Planejamento, Finanças e Controle, André Scaff volta a conversar com João Amorim, chamando-o, como de costume, de “chefe”, e mencionando que algumas pessoas estariam “travando” uma situação, mas que estaria sob controle.

No dia seguinte, 18 de março, foi registrada a interlocução entre Scaff e Amorim, na qual agendam uma reunião, sendo que o Secretário Municipal salienta que iria garantir que o empresário seria o “cara”, sem qualquer empecilho, pois não teria outro “organizado”, já revelando que seu papel, na titularidade da pasta do Executivo Municipal, era voltado à satisfação dos interesses deste empresário, a quem tratava como “chefe”:

Os supostos favorecimentos de Scaff à Amorim também está sendo investigado pelo Ministério Público Federal na Operação Lama Asfáltica. De acordo com o inquérito da MPF, Amorim mantinha contato com André Scaff, na época secretário de Finanças de Campo Grande. Em diálogo gravado com autorização judicial Amorim e Scaff conversaram em código, sugerindo que Scaff iria favorecer Amorim em suposto contrato. Scaff foi secretário municipal de Finanças durante a gestão de Olarte, depois que o prefeito Alcides Bernal foi cassado pela Câmara Municipal de Campo Grande.