A morte de Rafael da Silva Costa, 35 anos, durante surto na porta de um supermercado, na noite de 21 de novembro, tem causa certa, denunciam familiares: excesso de força de policiais militares ao conter a vítima.
Parentes, sendo um irmão de Rafael, tiveram acesso às imagens de câmeras de segurança, que, segundo eles, não deixam dúvidas: Costa não reagiu ou ofereceu resistência, como dito pela força policial.
''Ele não vai pra cima deles em nenhum momento'', desabafou um familiar. As imagens mostram desde a abordagem de Rafael – encostado na parede do mercado - até quando é colocado no camburão da viatura. Na gravação, é possível ver Costa deitado, imóvel e recebendo jatos de algo parecido com gás de pimenta.
Ainda segundo o material, Rafael é abordado e jogado ao solo, sem reagir. No momento em que está deitado, porém, sacode as pernas e dá chutes curtos. Em seguida, recebe mais spray. Em dado momento recebe golpes de tonfa (cacetete) no peito e chutes de um dos dois militares.
Os denunciantes negam que o parente tenha sofrido convulsão durante a abordagem e não estava pelado, conforme a versão oficial. O resultado do exame que vai apontar a causa da morte não foi divulgado, segundo a família.
O caso, segundo a fonte, já foi levado para a Corregedoria da PM. O espaço está aberto para manifestação da Polícia Militar e demais autoridades.
Versão oficial
Segundo o boletim de ocorrência, o rapaz apresentava comportamento alterado e estava parcialmente despido em via pública, aparentando estar sob efeito de drogas. A Polícia Militar foi acionada, informando que um indivíduo estaria se despindo em via pública.
Ao chegar ao supermercado, os policiais encontraram o homem dentro do estabelecimento, em estado de desorientação, acusando funcionários de perseguição e tentativa de homicídio.
Durante a abordagem, o jovem resistiu e desacatou os policiais. Foram utilizados diferentes métodos de contenção, mas ele permaneceu agitado e precisou ser contido fisicamente. Durante o procedimento, apresentou crise convulsiva e espuma na boca, sendo imediatamente atendido pelos policiais com procedimentos de lateralização e preservação dos sinais vitais, enquanto era solicitado atendimento médico de urgência.
O rapaz foi levado à UPA Nova Bahia, onde inicialmente perdeu os sinais vitais, mas foi reanimado pela equipe médica. Apesar da estabilização inicial, ele acabou falecendo posteriormente.









