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Polícia

23/08/2018 18:42

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Helicóptero de quadrilha ligada ao PCC será usado pela polícia de MS

Aeronave foi apreendida pela PF na Operação Laços de Família

Por meio de convênio com a Polícia Federal (PF), a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) recebeu da Justiça Federal um helicóptero apreendido durante a Operação Laços de Família, usado por organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

A aeronave, que chegou no início do mês, será empregada em operações nas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai, juntamente com o outro helicóptero, Harpia 01. O Governo do Estado ainda tenta obter três aviões apreendidos com outros criminosos.
 
Segundo o secretário Antônio Carlos Videira, titular da Sejusp, o helicóptero modelo AS350 B3 Esquilo está no hangar do Governo do Estado e está em condições de uso. “Vieram voando com ele de Curitiba (PR)”, explicou. No entanto, para emprego em operações policiais é preciso regularizar a documentação que autoriza abastecimento e manutenção, bem como instalar equipas de segurança.
 
“Ele era usado por traficantes em voos executivos, por isso precisamos instalar faróis e outros dispositivos que permitam o trabalho policial”, explicou o secretário.
 
Além de operações, a aeronave será usada para transporte a locais de difícil acesso. A concessão foi feita pela Justiça Federal com base na Lei de Drogas, que permite que veículos apreendidos sejam destinados às forças de segurança.
 
O convênio, feito por intermédio da PF e da Casa Militar, permite que as duas corporações compartilhem uso. “Também tentamos três aviões para substituir aqueles que já não têm mais condições de voo em Mato Grosso do Sul. O processo está em andamento e depende da pauta da justiça”, explicou.
 
Helicóptero

A aeronave pertencia à quadrilha desarticulada pela PF durante a operação Laços de Família, deflagrada no dia 25 de junho, em Naviraí, na fronteira com o Paraguai e em várias outras regiões. A organização tinha traços de um clã, de forma assemelhada à máfia, em que seus principais cabeças eram de um mesmo grupo familiar, incluindo policial militar, e tinha estreita ligação com a facção paulista PCC.

Grandes carregamentos de droga eram remetidos da região fronteiriça para várias regiões do Brasil, geralmente escondidos em caminhões e carretas com cargas aparentemente lícitas, tudo a serviço da criminalidade.
 
Em contrapartida, o grupo recebia jóias, veículos de luxo e dinheiro por meio de depósitos em contas bancárias de laranjas e de empresas de fachada, como pagamento das cargas criminosas, que garantiam vida luxuosa e nababesca aos patrões do tráfico internacional de drogas, que incutiam o temor e o silêncio na região, pela sua violência e poderio.
 
Também eram utilizados helicópteros para transportar jóias e dinheiro usados como pagamento do bando, vindos de vários pontos do Brasil, receptores das grandes cargas de droga. A Justiça Federal da 3ª Vara de Campo Grande expediu 20 mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 mandados de sequestros de veículos terrestres, sete mandados de sequestro de aeronaves, cinco mandados de sequestro de embarcações de luxo, 25 mandados de sequestro de imóveis (apartamentos, casas, sítios, imóveis comerciais), os quais foram cumpridos também em São Paulo, Goiás, Paraná e Rio Grande do Norte, além de Mato Grosso do Sul.

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