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Polícia

20/09/2017 13:12

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'Matei por raiva, ciúmes e pirraça', diz Thamara durante julgamento

Mesmo dizendo estar arrependida, em nenhum momento a ré chegou a chorar ou pedir desculpas para os familiares da vítima que estavam presentes

Acontece nesta manhã de quarta-feira (20) o julgamento de Thamara Arguelho de Assis, que matou a tiros Victoria Correia Mendonça, de 18 anos, por estar mantendo um relacionamento com o ex da acusada. Mesmo dizendo estar arrependida, em nenhum momento a ré chegou a chorar ou pedir desculpas para os familiares da vítima que estavam presentes.

Thamara está sendo ouvida por videoconferência, já que se encontra presa em um presídio de Corumbá, onde foi levada após agredir fisicamente uma agente penitenciária em Campo Grande.

O crime aconteceu em julho do ano passado, por ciúmes de seu ex- namorado Weverton Silva Ayva, conhecido como 'Boneco', Thamara resolveu ir até a casa de Victoria e assassinou a jovem com tiros nas costas e na cabeça. Boneco, o pivô do crime, foi executado meses depois quando saia de um presídio na Capital.

Durante seu depoimento, mesmo dizendo estar arrependida, mas sem demonstrações, Thamara disse que Victória realizava várias provocações em suas redes sociais, dizendo que matou a jovem por 'raiva, ciúmes e pirraça'.

A acusada confessou o assassinato, mas ainda se nega em dizer onde conseguiu adquirir arma usada para executar Victoria. Thamara, que tem uma filha com o pivô, o Boneco, cometeu o crime quando estava grávida. Segundo ela, no dia do assassinato, ela teria ingerido bebida alcoólica durante todo o dia, mesmo sabendo da sua gestação. Conforme a ré, seu relacionamento com Weverton era conturbado, com várias idas e vindas.

(A ré durante o julgamento nesta manhã)

"Começamos um relacionamento quando eu tinha uns 13 anos, ficamos juntos por cerca de dois anos, nos separamos e fiquei grávida de outra pessoa quando nasceu meu primeiro filho, um menino que está com cinco anos e mora com meu pai. Depois de um tempo, voltamos a nos relacionar e acabei ficando grávida dele, foi quando fiquei com ciúmes e marquei um encontro com ela (Victoria). A gente nunca tinha se visto pessoalmente, só as provocações pelo Facebook. Como ela não foi no encontro, resolvi ir até a casa dela e começamos a discutir, momento em que perdi a cabeça e atirei", tenta se defender.

Defensores

A defesa de Thamara leva em conta a sua infância humilde e que a jovem, que já possui duas passagens por tráfico de drogas, teria sido influenciada pelos amigos com quem a ré convivia.

Acusação

Levando várias testemunhas, a acusação alega que Thamara só não relata onde teria adquirido a arma, por ser uma boca de fumo que supostamente pertenceria ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Um policial que já teria prendido Thamara outras vezes prestou depoimento, onde relatou que a ré é uma pessoa extremamente fria e que possui dupla personalidade. Ainda destaca que a própria acusada teria revelado que seu plano primeiramente era matar Boneco e, só em seguida, assassinar Victória. A testemunha ainda adianta que ela não se arrepende dos crimes, muito pelo contrário, que pelo que conversou com a acusada, ela com certeza teria coragem de matar outras pessoas.

No dia do crime, para não envolver seus amigos, a ré foi até a casa de Victória, mas não pediu carona para fugir do local do crime. Segundo outra testemunha, Thamara chamou um mototaxista e, quando ele chegou na casa, viu a vítima e Thamara conversando. A acusada pediu para ele esperar em uma esquina um pouco distante, pois ela iria urinar no jardim, já que Victória não teria deixado a acusada entrar em sua residência.

"Ela pediu para eu esperar em uma esquina, achei meio estranho, mas fiz o que ela havia pedido. Algum tempo depois, Thamara chegou correndo, fiquei assustado e perguntei o que teria acontecido e ela só dizia 'vamos, vamos'. Perguntei o endereço e ela dizia para seguir, alguns minutos depois ela falou: 'matei aquela vagabunda', foi quando assustei e, com medo que ela poderia me matar, a levei até onde ela havia mandado", diz o homem.

(Familiares da vítima)

Temperamento

Thamara ficou conhecida pelo seu temperamento rebelde. A princípio, ela ficou detida no Instituto Penal Feminino Irmã Zorzi, mas foi transferida para um presídio de Corumbá após agredir e morder uma agente.

"Eu já matei um e não tenho medo de matar outro não. Ela agarrou meus cabelos e arrancou tufos, além de morder um dos meus dedos. Outros agentes precisaram intervir, tudo isso porque ela achou que sua consulta médica estava demorando muito", disse a servidora pública em seu depoimento.

Ainda conforme a acusação, a ré já teria, inclusive, insultado uma delegada, mandando a autoridade 'ir à merda'. Muito emocionados, familiares de Victória estiveram no local à espera de justiça. O pai da vítima, o guarda municipal Sandro Gamarra, de 49 anos, disse que, mesmo após a separação com a mãe da vítima, ele era quem cuidava da jovem.

(Pai de Victória)

"Naquela noite eu fui dormir cedo, pois teria trabalho no dia seguinte. Ouvi um disparo e até pensei que seria na casa do vizinho, acordei, olhei para o quarto de minha filha e as luzes estavam acesas, mas não a encontrei. Quando saí tentando encontrar a Victória, cheguei a tropeçar em seu corpo no chão. Na hora não sabia o que fazer, foi horrível, acredito na Justiça e espero a pena máxima para ela (Thamara)", desabafou o pai.

Julgamento

Ao todo, sete juradas decidem o destino da ré. Segundo o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, o julgamento com videoconferência acontece desde o ano de 2013. Este é o oitavo no Estado de Mato Grosso do Sul e o quinto na Capital.

O Ministério Público considerou o crime como homicídio qualificado por motivo torpe, por não aceitar o relacionamento amoroso de seu ex-namorado com a vítima e por recurso que dificultou a defesa da vítima.

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