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Polícia

há 5 anos

‘Meu coração está roxo, abatido’, diz pai de acadêmica morta no Paraguai

Erika Corte, estudante de Medicina em Pedro Juan, foi morta com 19 facadas

“O meu coração está roxo, abatido”. É assim que Raniel Antonio Corte, pai da estudante Erika de Lima Corte, falou que se sente após a jovem ter sido brutalmente assassinada na última segunda-feira (20), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

A declaração de Raniel, que é ex-prefeito de Pontal do Araguaia, foi feita durante uma manifestação que reuniu dezenas de amigos e familiares de Erika, na cidade onde aconteceu o crime.
 
"Eu só quero Justiça. Eu só quero, também, que vocês [estudantes e amigos] tenham, no mínimo, segurança”, afirmou.

A jovem foi encontrada morta no chão da quitinete onde morava com uma amiga. O corpo dela apresentava pelo menos 19 facadas, segundo a perícia.
 
Em seu discurso, Raniel ficou bastante emocionado e disse que não vai parar de lutar até ver Justiça após o assassinato da filha.
 
“Essa vai ser uma luta minha pela Erika, por vocês. Eu jamais esperaria isso. Para a Erika não adianta mais. Faço isso para eles. É o mínimo que eu peço para [os Governos do] Paraguai e o Brasil, que se atente para essa mocidade. É o futuro dos dois países. Acabando assim? Dessa forma? Não. Aonde nós vamos chegar?”, disse o ex-prefeito.
 
Emocionado, Raniel ainda afirmou que jamais esperou que fosse perder a filha assim. Lamentou, ainda, pelos sonhos perdidos da jovem, que já era formada em Enfermagem e deixou tudo para trás para cursar Medicina no Paraguai.

“Ela se formou enfermeira, não teve o acalento do Brasil para oferecê-la um serviço, para mantê-la, veio fazer Medicina e se deparou com a morte por insegurança. Então, quero aqui deixar o meu apoio para vocês [estudantes]. Estarei, a todo o tempo, cobrando, pedindo [por Justiça] onde eu estiver, porque que os países têm que se unir, se defender. A população, apesar da diferença de línguas, só quer, no mínimo, educação, saúde e segurança”, disse.
 
Na quarta-feira (22), o Ministério Público do Paraguai denunciou o eletricista Cristopher Andrés Romero Irala, de 27 anos, pelo assassinato da universitária.
 
Ele teve a prisão preventiva cumprida nessa mesma data e foi encaminhado para uma unidade penitenciária do Paraguai.

A prisão do suspeito
 
O eletricista Cristopher Andrés Romero foi detido por volta das 4 horas de quarta-feira (22) na cidade de Concepción, a 220 km de Pedro Juan Caballero.
 
A Polícia havia recebido a informação de que o suspeito estaria na casa do irmão, em Concepción. Após a denúncia, foi montada uma vigilância no local, onde, horas depois, o eletricista acabou detido.
 
 Ele foi abordado quando saía da casa em um carro.
 
A ordem de prisão foi expedida pelo promotor de plantão Alberto Saldivar, que solicitou ainda que o eletricista fosse levado para uma prisão em Concepción.
 
Em breve entrevista ao site Ponta Porã Informa, o investigador Luis Villalba, da Divisão de Homicídios da Polícia Paraguaia, informou que o eletricista disse ter fugido da cidade por medo de represálias por parte da população.
 
Outro questionamento feito pelos policiais a ele diz respeito às imagens que o flagraram comprando sorvete em um estabelecimento próximo à casa da estudante no dia do crime. O recipiente foi encontrado, posteriormente, na mesa da sala da jovem.
 
Ele confirmou que estava realizando trabalhos pelas redondezas. Depois, decidiu ficar em silêncio e disse que falará somente em Juízo, na presença de seu advogado.
 
Outro homicídio

 
O eletricista já foi preso, anteriormente, pela morte de outra jovem, a paraguaia Daysi Patricia Gómez Benitez, de 26 anos, que ocorreu em agosto de 2012.
 
Conforme apurado, o crime aconteceu no Bairro Perpétuo Socorro, próximo de onde Erika morava na cidade. Na ocasião, a jovem foi morta a golpes de punhal e o assassino ainda tentou queimar o corpo.
 
Cristopher Andrés, na época com 21 anos, chegou a ser preso após se apresentar espontâneamente à Justiça. Ele era considerado foragido e acabou preso, mas foi solto por falta de provas.
 
O pai da paraguaia, Isidro Benitez, esteve no ato de protesto dessa semana e prestou apoio e solidariedade aos familiares de Erika.

Em entrevista, ele lamentou a morte da mato-grossense e confessou que o crime "abriu uma ferida" que ele achava que já estava cicatrizada.

"É difícil estar aqui. Abriu-se outra vez a ferida que eu tive há 6 anos. Brasileiros, vocês não sabem o que fizeram com a minha filha.
 
Ele queimou a minha filha, a um quarteirão daqui. Esfaqueou, asfixiou", disse.
 
Apesar da Polícia não ter encontrado provas concretas contra o eletricista, o paraguaio relata que acredita que o suspeito é responsável por ambas as mortes das garotas.
 
"É uma pena que estou falando isso. Não queria ter um encontro desse, da mesma forma que fizeram com a Erika. Desculpe-me, pai da Erika. É lamentável o que fizeram com ela. Praticamente destruiu quatro famílias – a minha família, a família da minha esposa, a família do pai da Erika e a família da mãe da Erika. Não sei como esse homem estava livre, sem antecedentes policiais. Senhores fiscais, por favor, não sei o que está acontecendo", lamentou, entre lágrimas.
 
Relembre o caso
 
Erika foi para o Paraguai há cerca de um ano e meio para cursar Medicina.
 
A Polícia paraguaia foi acionada sobre o crime pela colega de quarto de Erika, após ela chegar do trabalho.
 
Ela relatou ter encontrado a amiga caída no chão, com o corpo esfaqueado e o rosto coberto com um pedaço de pano.
 
Além disso, o celular não foi encontrado na casa. Acredita-se que tenha sido levado pelo criminoso.
 
A dona da quitinete onde Erika morava com a amiga deu uma entrevista para o telejornal local Noticiero 3, contando como o corpo da estudante foi encontrado.
 
À reportagem, ela disse ter acordado por volta de 1h15 com os gritos da colega de quarto da estudante, que teria se assustado ao encontrar o corpo.
 
A mulher ainda contou que não ouviu nada acontecer na quitinete onde as duas jovens moravam e afirmou que, caso tivesse ouvido algum barulho, teria buscado ajuda para entrar à força no local e salvá-la.
 
Para a reportagem, a proprietária ainda relatou que viu um eletricista no local, que teria sido chamado para consertar o chuveiro elétrico.
 
Ela não soube dizer, porém, se o mesmo voltou ao quarto, uma vez que a entrada na quitinete só era permitida com autorização.

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