Testemunhas de acusação contra o policial militar Gesus Fernandes de Oliveira, autor do disparo que matou o adolescente Luiz Júnior de Souza, foram ouvidas na tarde desta quarta-feira (13), na 1ª Vara Criminal do Tribunal de Júri, no Fórum de Campo Grande. O crime aconteceu em 2017, no bar chamado Chácara da República, na Rua da Divisão.
No dia do ocorrido, o policial militar estava à paisana e atuava como segurança no local. Ele alega que Luiz Júnior estava armado e efetuou um disparo contra ele e, por isso, revidou, agindo em legítima defesa.
Uma das testemunhas contestou a versão do policial, dizendo que Luiz não estava com uma arma e correu após uma confusão ter iniciado dentro do bar. A testemunha reforçou que, após o primeiro disparo, o segurança colocou uma touca ninja e efetuou o segundo disparo.
A irmã de Luis, Ingrid Luiza Bastos de Souza, 22 anos, prestou depoimento. Emocionada, ela lembrou que o irmão era um rapaz que trabalhava e estudava. “ Não acredito na hipótese de legítima defesa, meu irmão não estava armado, espero que a Justiça seja feita, já faz 1 anos e 8 meses e nada foi feito, o PM continua trabalhando, meus pais estão em depressão”, disse.
“Meu irmão não era vagabundo, ele trabalhava em uma marcenaria, desde os 14 anos, era o caçula lá em casa. A minha mãe que já tinha problemas de saúde, agora faz hemodiálise. Ele era jovem, gostava de sair. Essa demora do processo correr só pode ser porque o acusado é policial”, fala entre lágrimas.
“Nós não mexemos no quarto dele, a chuteira dele ainda está lá, era trabalhador, guardava o dinheiro dele pra comprar a moto”, finaliza.
O advogado de defesa, Anilton Ferreira, foi enfático ao questionar algumas testemunhas e reforçou que o militar agiu em legítima defesa. Ao todo, 7 testemunhas foram intimadas para depoimento.