Mato Grosso do Sul inicia o mês das mulheres com o registro de casos de violência contra mulher em alta, que resultaram em vários feminicídios.
O Estado tem cinco casos registrados apenas neste ano, sendo o último no dia 28 de fevereiro.
O primeiro caso aconteceu no dia 13 de janeiro, em Campo Grande. Claudineia Brito da Silva, 49 anos, foi assassinada a facadas pelo marido.
O homem foi preso em flagrante. O casal discutiu enquanto ingeria bebidas alcoólicas e a vítima deu um tapa no rosto do companheiro.
O suspeito revidou, atingindo a vítima com golpes de faca no pescoço.
O último caso, também em Campo Grande, aconteceu na tarde da última terça-feira (28).
Albina Freitas Ribas estava no estacionamento de um supermercado, no cruzamento das ruas Jaime Cerveira e Francisco Pereira Coutinho, no Jardim Anache. Ela olhava o celular, quando o ex-marido, Jair Paulino da Silva, 52 anos, surgiu a pé e a surpreendeu com um tapa.
O celular de Albina ''voou'' por cerca de quatro metros. Logo depois, ele sacou uma faca do cós do short e passou a golpear a mulher.
Albina tentava se defender usando o braço, mas, em dado momento, ele manteve a cabeça dela abaixada e deu várias estocadas na nuca.
O suspeito só parou o ataque quando a vítima caiu.
O agressor foi preso minutos depois e levado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, a DEAM.
No início desse mês, Albina havia feito um pedido de medida protetiva contra o homem e também um registro de ocorrência anterior ao pedido.
Conforme dados extraídos da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), outros três casos foram registrados no interior de Mato Grosso do Sul.
Lei
A lei de feminicídio foi criada em 2015 e desde lá, muitas mulheres foram mortas e o número sempre foi aumentando consideravelmente. Em seu primeiro ano de vigência, foram 15 registros de vidas ceifadas pelos homens.
No ano seguinte, o número dobrou e subiu para 34. Em 2017, caiu para 28 mulheres mortas e aí entrou uma gangorra: 2018 teve 31 feminicídios, em 2019 houve a queda para 29, mas 2020 havia sido o pico de mortes com 38 registros de mortes violentas contra as mulheres - ano em que, coincidentemente, houve o início da pandemia.
Muitas ocorrências registradas foram atribuídas pela reclusão das pessoas em suas casas. No principal ano da doença em Mato Grosso do Sul, em 2021, houve 31 mortes, apresentando uma queda.
Mas aí, 2022 apresentou um grande e terrível cenário para as mulheres: 43 feminicídios ao longo dos doze meses do ano.
O que é uma violência doméstica? E como podemos definir essa qualificação.
A violência doméstica e familiar contra a mulher é considerada qualquer ação ou omissão baseada no gênero feminino que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
O grande número de ocorrências também assusta quem trabalha nesse policial e defendendo as mulheres: 18.681 denúncias realizadas na Polícia Civil.