Um caso inicialmente comunicado como roubo mobilizou a Polícia Militar na noite desta terça-feira (9), na Vila Taquarussu, em Campo Grande, mas terminou com a própria denunciante e dois suspeitos conduzidos à delegacia após uma série de versões conflitantes.
Segundo o boletim de ocorrência, a PM foi acionada por volta das 22h para atender uma ocorrência na Rua Brigadeiro Machado. A mulher que pediu socorro afirmou ter sido abordada por dois homens em bicicletas, ambos armados com faca, que teriam levado seu celular. Ela ainda disse que o aparelho possuía rastreamento ativo e que a última localização apontava para a Rua 2 de Março.
Ela descreveu que um dos supostos assaltantes usava blusa vermelha e tinha tatuagem no pescoço. O outro vestia short, estava em uma bicicleta preta e tinha tatuagem no rosto.
Com base nas informações, a equipe se deslocou até o endereço indicado pelo rastreador e encontrou o primeiro suspeito, que apresentava tatuagem no pescoço. Em seguida, o irmão dele saiu da casa para questionar a abordagem e também foi detido, já que possuía tatuagem no rosto, características que coincidiam com o relato inicial.
Durante contato telefônico com a denunciante, os policiais foram informados por ela que conhecia os irmãos e acreditava que eles eram os autores do roubo. Porém, ainda na mesma ligação, a mulher passou a apresentar versões diferentes, afirmando ser policial, depois que integrava um programa de proteção a testemunhas e, mais tarde, que era advogada e conhecia processos envolvendo um dos suspeitos.
No local, o rapaz negou ter cometido o roubo e disse à polícia que o celular era, na verdade, um presente da própria mulher. Ele afirmou que os dois tiveram um relacionamento de cerca de 30 dias e que, durante esse período trocaram presentes, incluindo o aparelho. Para comprovar, mostrou aos policiais uma selfie registrada no telefone em 2 de dezembro. Segundo ele, a avó teria testemunhado a entrega do aparelho.
Os policiais foram até a residência da mulher, onde ela confirmou ter saído para lanchar e disse ter sido assaltada às 22h, mas negou qualquer relacionamento com o suspeito, dizendo apenas conhecê-lo por ser amigo da avó. Os militares relataram que ela apresentava forte odor etílico e forneceu diversas novas versões, afirmando ser perita civil afastada e, posteriormente, policial federal.
Diante da situação, todos foram levados para Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde o irmão da mulher disse que ela sofre de Síndrome de Borderline, comprovada por laudos psiquiátricos, e teria denunciado o ex-namorado após ele se recusar a devolver o celular que ela havia dado de presente.
Pouco depois, ela foi entrevistada pelos policiais novamente, mas continuou mudando a narrativa dos fatos e insistiu na versão inicial de que dois homens armados com faca haviam levado seu celular.
Diante da situação confusa, os fatos foram registrados como roubo e comunicação falta de crime ou de contravenção. Os fatos serão investigados pelas autoridades.









