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Polícia

25/01/2019 09:30

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Pai de rapaz preso injustamente por crime no Rio conta que filho foi espancado na cadeia

Ele se emociona ao contar que os próprios presos disseram que o filho não era bandido

Jorge Benjamin, pai do DJ Leonardo Nascimento, preso injustamente pelo latrocínio de Matheus Lessa em um mercadinho na Zona Oeste do Rio, afirmou que o filho apanhou na prisão. Jorge foi entrevistado nesta sexta-feira (25) no Bom Dia Rio e também contou sobre a mobilização para provar a inocência de Leonardo.

“Estou lembrando de uma coisa que meu filho falou: ‘Pai, ainda bem que o senhor acreditou em mim. Porque aqui dentro eu não pensava em mim, pensava no senhor, na minha mãe e nas minhas irmãs'", contou Jorge.

O pai reproduziu outra fala do filho. "Fui espancado, fui jogado numa cela onde só tinha rato e percevejo, mas eu sei que Deus não deixou que os ratos me mordessem, me roessem, não deixou que os insetos transmitissem enfermidade para mim."

Jorge também afirmou que alguns pré-julgaram seu filho. Ele lhe disse: "Cheguei aqui e a primeira palavra que ouvi foi: 'Olha, o monstro chegou'. Eles iam me matar aqui dentro, mas os presos, que ali estavam, que conhecem quando a pessoa é perigosa, olharam para mim e falaram: 'Neguinho, você não é criminoso, não é bandido, você é bucha e nós vamos te abraçar’". "Os presos o abraçaram, mas alguns agentes disseram: ‘Você é monstro!’, contou Benjamin, chorando.

Aniversário na cadeia

O DJ, solto na última quarta-feira (23) depois que a polícia admitiu que errou, falou ao Fantástico. Na entrevista, que vai ao ar no próximo domingo (27), Leonardo conta como foi passar o aniversário na cadeia.

Segundo Jorge, as imagens que a família conseguiu para inocentar Leonardo impediram que o DJ fosse morto na cadeia. O pai afirmou que instruiu a defesa sobre o caminho que Leonardo tinha feito no dia do latrocínio e sobre as câmeras que o filmaram.

Inocência

O pai disse que tinha convicção de que o filho não tinha participado do crime. “Ele é um menino dócil, tranquilo, sereno, calmo, amoroso. Ele passa parte do dia com a mãe, está sempre no lar. Para falar o que é meu filho, seria até suspeito, pela forma como foi abraçado pelos amigos, quando saiu. Para mim, ele é excepcional, é um jovem que nos transmite segurança em tudo o que ele faz. Transmite confiança em tudo. Por isso, nós falamos para o policial que ele não era o culpado”, disse o pai.

“Ao chegar em casa, quando ele entrou pelo portão, foram os amigos que receberam ele, que pegaram ele nos braços jogando de mão em mão até chegar dentro de casa para que depois ele pudesse ser abraçado pela mãe e pudesse dizer: mãe, eu te amo, obrigado minha mãe por acreditar em mim”, contou Benjamin.

Relembre o caso

A polícia solicitou a revogação da prisão após a investigação identificar a dupla que de fato assaltou o mercadinho em Pedra de Guaratiba no dia 15. Policiais da Delegacia de Homicídios da capital prenderam Yuri Gladstone Guimarães em Campo Grande, na noite desta terça-feira (22). Segundo a DH, Yuri confessou ter participado do assalto e entregou o comparsa, Adelito Santana de Oliveira, que segue foragido.

Para advogada de Leonardo, houve erro na hora do reconhecimento de Leonardo na delegacia. “O Leonardo é muito semelhante ao que foi descrito pelas vítimas, mas houve um reconhecimento com pessoas de etnias diferentes daquela do Leonardo, ou seja, duas pessoas brancas (...). O Leonardo é negro, com características da pessoa do delito, isso pode ter induzido as vítimas ao erro”, disse Ingrid Dantas.

Segundo o delegado Evaristo Pontes, responsável pelo caso, Leonardo foi reconhecido por quatro testemunhas, incluindo a mãe de Matheus. Ela disse ainda que Leonardo foi o responsável pelo roubo ao estabelecimento comercial dela, um mês antes de matar Matheus. O próprio delegado, porém, conduziu as investigações que levaram à prisão de Yuri Gladstone.

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