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Polícia

PCC 'aterroriza' e faz agentes reféns em penitenciária onde está assassino de Rafaat

13 julho 2016 - 14h16Por Dourados News

A Penitenciária de Tucumbú, em Assunção, onde está preso Sergio Lima dos Santos, 34, acusado de assassinar o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani; foi alvo de um motim e teve agentes penitenciários feitos reféns por volta das 7h, na manhã desta quarta-feira (13). O Ministério da Justiça paraguaio atribui o crime a integrantes da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando Capital).

De acordo com o ACB Color, dois guardas carcerários identificados como como Francisco Paredes e Néstor Bogado, foram feitos reféns por 15 minutos numa das celas do Pavilhão nº 5 de segurança máxima da penitenciária. O caso teria ocorrido durante uma inspeção de rotina.

De acordo com o diretor de Institutos Penais do Ministério da Justiça do Paraguai, Artemio Vera, os internos da ala de segurança máxima se irritaram com o controle de rotina. Eles então agrediram e fizeram os agentes de reféns.

Segundo o jornal, Nésto teria sido atingido na cabeça por um dos presos, que teria usado um objeto pontiagudo, aparentemente o cabo de uma faca artesanal. Outros agentes da penitenciária teriam reagido de forma imediata a ação dos presos, resgatado os companheiros e solicitado respaldo de forças de segurança. Os dois guardas agredidos, foram levados para o Hospital do Trauma.

O diretor de Institutos Penais disse ao ABC Color que cinco presos são os apontados pelo órgão como responsáveis pelas agressões aos guardas. Entre estes, dois são do PCC e três condenados por homicídio doloso. Eles teriam se irritado com os procedimentos de rotina da penitenciária e reagido de forma violenta, dando início ao episódio.

"Não tem nada de exigências, eles supostamente não gostaram do tratamento dado pelos funcionários. Eles [agentes] têm a obrigação na primeira hora [do dia] fazer um controle rigoroso, verificar o lugar, chamar a lista para saber se estão todos vivos, se ninguém escapou", afirmou o diretor.

Por volta das 8h, agentes antimotim e de outras forças policiais paraguaias foram acionadas para seguir ao local, mesmo os guardas já tendo sido liberados. Eles entraram para garantir a segurança da penitenciária. Os policiais se concentraram no pátio da prisão, onde o clima estava mais tenso.

Pelo menos 120 presos do Pavilhão nº 5 fizeram uma espécie de trincheira no pátio para segurar alguns internos, após terem liberado os policiais reféns. Diante disso, uma segunda esquadra da polícia de choque da Fope (Fuerza Operativa de la Policía Especializada ou Força Tarefa Especial) entrou no local por volta das 9h, para ajudar os policiais que já estavam lá para negociar com os presos.

Nos arredores da penitenciária, caminhões pipa, ambulâncias e bombeiros foram convocados para garantir a o máximo de segurança e atenção a qualquer eventualidade. Também foi reforçada a ação policial ao redor da unidade.

 

Vera disse ao ABC Color ao final desta manhã, que as negociações continuam para que 75 internos que continuam ‘entrincheirados’ se acalmem e desistam de tomar o Pavilhão nº 5, e com isso evitem o uso de força policial.

Os agentes antimotim estão usando máscaras antigás e ferramentas para romper as correntes e cadeados, caso o diálogo com os presos não prospere. Quando o Pavilhão for recuperado pelas autoridades, será realizada no local uma inspeção minuciosa e a retirada de armas de fabricação caseira que estão no local.

O Pavilhão onde ocorreu o crime estão presos homens considerados perigosos. Entre eles, integrantes do PCC, da facção criminosa paraguaia ACA (Agrupación Campesina Armada) e outros com longa ficha criminal.

O diretor dos Institutos aproveitou o momento para fazer um chamado ao Governo paraguaio e pedir para que sejam agilizados os tramites e apressada a contratação direta de guardas para as penitenciárias, porque a população carcerária cresce todos os dias e a quantidade de agentes é insuficiente.

O motim em Tucumbú é preocupante porque a penitenciária é a mais superlotada do país. Desde fevereiro existe a ordem de ‘fechamento’ da unidade para o recebimento de mais presos, até que a população que supera os 4 mil internos seja reduzida a sua capacidade máxima que é de 2,1 mil presos.

A transferência do acusado de matar Rafaat

No início deste mês, a penitenciária chegou a recusar o recebimento do acusado pelo assassinato de Rafaat, alegando superlotação. No entanto, Sérgio foi levado para Tucumbú logo depois por determinação judicial.

Antes de ser levado, ele estava numa unidade em Fernando de la Mora, que fica próxima a Assunção. Foi o lugar para onde ele foi levado logo após a morte de Rafaat. Sérgio, que pertence à facção criminosa carioca Comando Vermelho, foi ferido no confronto que matou o narcotraficante, supostamente por um de seus seguranças.

Rafaat foi assassinado no dia 15 de junho em Pedro Juan Caballero, numa emboscada. A morte dele é atribuída às facções criminosas brasileiras interessadas no controle do tráfico de drogas na fronteira entre Brasil e Paraguai.

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