O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, se reuniu na tarde deste sábado (8), em Brasília, com coordenadores de campanhas para tratar da segurança de candidatos à Presidência da República. Segundo a assessoria da PF, a campanha do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, não enviou representante ao encontro deste sábado.
Em São Paulo, o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno, afirmou que a legenda não enviou representante neste sábado à reunião na sede da PF porque, em discussão interna da sigla, ficou acertado que não participariam do encontro com Galloro.
"Foi feita uma reunião com alguns coordenadores de campanha [de Bolsonaro] e nós dissemos que não participaríamos até porque a porta já teria sido arrombada", justificou Bebianno em entrevista concedida em frente ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o presidenciável do PSL está internado desde esta sexta-feira (6).
A reunião de Rogério Galloro com os coordenadores de campanha aconteceu dois dias depois de Bolsonaro levar uma facada na região abdominal durante um evento de campanha na cidade de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais.
O convite para a conversa partiu da própria direção da PF e foi encaminhado aos cinco comitês de campanha dos presidenciáveis que já haviam solicitado proteção da corporação. Além de Bolsonaro, outros quatro presidenciáveis solicitaram segurança da PF durante a campanha: Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede).
"Durante o encontro, os representantes foram informados que, em decorrência da elevação do nível de alerta provocado por evento crítico no decorrer de campanha, haverá aumento do efetivo policial colocado à disposição das equipes de segurança", diz trecho de nota divulgada pela assessoria da corporação ao final do encontro com os coordenadores de campanha.
"Aos responsáveis pelas campanhas dos candidatos foram reafirmados os critérios de atuação, as orientações e os protocolos adotados pela PF", complementa o comunicado.
Conforme o Ministério da Segurança Pública, antes mesmo do ataque, Bolsonaro já tinha a maior das equipes de segurança entre os presidenciáveis. São 21 policiais federais, sendo que 13 deles estavam acompanhando o candidato durante o atentado. Outros 50 policiais militares reforçavam a segurança do candidato do PSL em Juiz de Fora.
Após o ataque a Bolsonaro, o presidente da República, Michel Temer, solicitou à PF reforço na segurança de candidatos à Presidência. Cada candidato a presidente da República tem direito a uma equipe de segurança de até 21 policiais federais especializados em dar proteção a autoridades.
Em ato de campanha neste sábado no centro de São Paulo, Marina afirmou que não vai solicitar à PF reforço em sua equipe de segurança.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (7) que, muitas vezes, os candidatos não seguem o protocolo de segurança indicado pela Polícia Federal. Ele disse esperar que o atentado contra Bolsonaro chame a atenção dos candidatos para os protocolos de segurança.
Segurança de Bolsonaro
O presidente nacional do PSL disse neste sábado que o partido solicitou à Polícia Federal segurança para a família de Jair Bolsonaro, mas, segundo ele, o pedido teria sido negado pela PF.
"Conversei ontem [sexta] com a superintendente da PF em Brasília e foi pedido, foi ratificado esse pedido, e a informação que se tem é que a PF não poderia pedir proteção para a família do candidato, mas só pra ele", declarou Bebianno em entrevista concedida no Hospital Albert Einstein após visitar Bolsonaro.
O presidenciável do PSL está internado no hospital da zona sul de São Paulo se recuperando da facada. Segundo boletim da instituição de saúde divulgado na manhã deste sábado, Bolsonaro está consciente e "em boas condições clínicas".
Filho mais velho do presidenciável, Flávio Bolsonaro postou nesta manhã nas redes sociais uma foto do pai em uma poltrona na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Na imagem, o candidato do PSL aparece fazendo sinal de armas com as mãos.