Pelo menos 10 pessoas, todas testemunhas do atropelamento que matou a aposentada Verônica Ricaldi Fernandes, 84 anos, estão sendo ouvidas pela Polícia Civil. Algumas pessoas que presenciaram o acidente afirmaram que Cirlene Lelis Robalinho, mulher do procurador de Justiça Gilberto Robalinho, estava mexendo no celular quando perdeu o controle do carro e atropelou a vítima na calçada.
Conforme a delegada Célia Maria Bezerra, da 4ª Delegacia de Polícia Civil, pelo menos 10 pessoas já foram ouvidas nesta quinta-feira (14) para tentar esclarecer os fatos sobre o atropelamento. De acordo com a autoridade policial, mais pessoas serão ouvidas durante o inquérito.
Após o acidente, um homem, que seria policial militar e estava acompanhando o procurador, tirou o veículo de Cirlene da cena do crime antes mesmo da perícia chegar ao local. Se ficar comprovada que a ação foi a mando de Gilberto, a conduta será investigada pelo Ministério Público. Por ter foro privilegiado, o procurador não pode ser investigado pela Polícia Civil.
(Carro de mulher de procurador foi removido da cena do crime. Foto: Wesley Ortiz)
O caso aconteceu na tarde desta quarta-feira (13), na Avenida José Nogueira, no bairro Tiradentes. De acordo com o artigo 176, do Código de Trânsito Brasileiro, quem não preservar o local do acidente está sujeito a uma infração gravíssima, multa multiplicada por cinco e suspensão do direito de dirigir.
Os familiares de Verônica demonstraram indignação após a cena do atropelamento ser alterada e questionaram o motivo pelo qual a mulher do procurador não foi presa. Cirlene deixou o local do crime em uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com o rosto coberto para não ser fotografada.