A filha mais nova da professora Nádia Sol Neves Rondon, 38 anos, executada com mais de 30 facadas pelo ex-marido ontem (10), fez questionamentos sobre a mãe, durante o velório realizado na Capital, de cortar o coração.
Nádia foi morta pelo ex-marido, Edevaldo Costa Leite, 31 anos, enquanto comemorava o aniversário de 38 anos. Ele não aceitava o fim do relacionamento e matou a professora na frente da filha mais velha da vítima, de 15 anos.
Enquanto o corpo da mãe era velado, a caçula, de 9 anos, fez perguntas aos familiares, que ficaram sem resposta diante de um dos questionamentos. “Por que Deus não escolheu outra professora para dar aula no céu? Por que tinha que ser a minha mãe?”, disse a criança.
A avó paterna da menina, Georgete Maria dos Santos, 63 anos, ficou em silêncio durante a pergunta da neta. Alguns minutos depois, ela relembrou que a ex-nora era uma mulher guerreira, que pensava no melhor para as duas filhas. “Ela tem duas filhas com o meu filho. Ela era uma pessoa guerreira, batalhadora. Minha neta acha que tinha muitas professoras no mundo para Deus escolher, mas acabou escolhendo a mãe dela”.
Diante do ocorrido, o pai das meninas, Glauco dos Santos, 38 anos, que atua como técnico de mineral, afirma que as meninas passam a morar com ele em Corumbá. “Agora elas ficam comigo. Eu e a mãe delas tínhamos uma relação de amizade. Minha filha mais velha, de 15 anos, estava dentro de casa quando o ex-marido da mãe delas cometeu o crime, ela viu a mãe dela morta no chão na frente de casa”.
O caso
A professora Nádia Sol Neves Rondon, de 38 anos, foi morta com mais de 30 facadas ao retornar para casa ontem (10), na alameda Adelina, bairro Universitário, em Corumbá. Ela teria saído com amigas para comemorar o aniversário de 38 anos e, ao chegar na frente da residência, foi surpreendida pelo ex-marido, Edevaldo Costa Leite, 31 anos, que desferiu os golpes na vítima.
Os golpes atingiram as costas, tórax, rosto e braços. Testemunhas disseram que o homem iniciou as agressões arrastando a vítima pelos cabelos para a rua, quando moradores acionaram a Polícia Militar. Os bombeiros também foram chamados, prestaram o atendimento emergencial e depois removeram Nádia para o pronto-socorro.
Em seguida, a professora foi encaminhada para o centro cirúrgico da Santa Casa de Corumbá, mas não resistiu.
Edevaldo Costa se apresentou no 1º Distrito Policial ainda pela manhã e foi preso por feminicídio, cuja pena varia de 12 a 30 anos de cadeia. Ele relatou que havia visto a professora com outra pessoa e isso teria motivado o crime. No entanto, amigos de Nádia contaram que ele já vinha a perseguindo, chegou a furar os pneus do carro dela e foi visto rondando a casa da vítima, o que reforça a tese de crime premeditado.