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Polícia

há 6 anos

Adolescente de 13 anos foi morto por 'saber demais' e hoje mãe cuida dos filhos da assassina

Nora se juntou a serial killer e matou menino que descobriu traição; sobrinhos da vítima são criados pela avó

Lessandro Valdonado, assassinado em agosto de 2016 pelo ‘justiceiro do Danúbio Azul’, Luiz Alves Martins Filho, o Nando, foi executado por ter flagrado a cunhada traindo o irmão dele. O adolescente ficou desaparecido e a mãe da vítima, Lucila Vadonado, 48, só ficou sabendo o que aconteceu com o garoto quando as ossadas de pelo menos 14 pessoas apareceram durante as investigações da Polícia Civil.

Lucila conta que o filho só pensava em estudar e brincava pelas ruas do bairro como qualquer criança de sua idade faz. Um dia, após a escola, o menino não apareceu mais. A mãe não esperava o que estaria por vir.

“Ele desapareceu no primeiro dia de agosto daquele ano. Tinha ido para a escola e, quando chegava, costumava brincar com outros meninos na rua. Como ele demorou para voltar, eu fui atrás e não encontrei mais meu filho. Ficamos desesperados e registramos inclusive um boletim de ocorrência de desaparecimento na delegacia”, lembrou.

A mãe também diz que conhecia Nando e que ele não apresentava fazer as barbaridades que foram comprovadas. “Ele trabalhava com frete em uma caminhonete que tinha, inclusive, ele já fez alguns serviços para meu marido. Nem pensava que ele poderia fazer uma crueldade dessas com meu filho”, lamentou.

Mãe do menor diz que o garoto estava brincando quando desapareceu.

(Nando revelando onde as vítimas estavam enterradas - Foto: Divulgação/PC)

Segundo as investigações da polícia, Lessandro foi morto por flagrar a cunhada traindo o irmão dele, que é presidiário. O homem que a mulher estaria se envolvendo seria traficante rival. Para ‘calar’ o adolescente, Thalita contou com a ajuda de Nando e mais duas pessoas, identificadas como Luis Alves Martins Filho e Jean Marlon Domingues.

“Mataram meu filho que era um inocente e não tinha feito nada. Normalmente dizem que o Nando matava apenas pessoas que não prestavam, que estavam envolvidas com roubos ou drogas, mas agora eu pergunto: o que o meu filho de 13 anos, que só pensava em brincar, fez para sofrer uma crueldade dessas? Quero justiça e desejo muito que ele fique atrás das grades por todos esses anos que a Justiça prometeu”, disse.

Mãe do menor diz que o garoto estava brincando quando desapareceu.

(Polícia trabalhando no local onde o as ossadas foram encontradas - Foto: Divulgação/PC)

Thalita deu a Lucila dois netos, sobrinhos de Lessandro. Como ela e o pai das crianças estão na cadeia, a avó acabou precisando cuidar dos netos, que hoje têm quatro e cinco anos.

“Ela ajudou a matar o meu filho caçula, mas os dois pequenos são meus netos, são frutos de um dos meus filhos também e cuido deles. A mãe deles tem culpa, mas as crianças não”, ressaltou.

Operação Danúbio Livre

Durante a operação denominada 'Danúbio Livre', em setembro de 2016, a polícia prendeu 17 integrantes de um grupo responsável pela exploração sexual e tráfico de drogas no local. Cada membro do grupo tinha uma função, mas 'Nando' foi apontado como o 'chefão' da rede.

No total, a polícia tinha em mãos uma lista de 13 desaparecidos que seriam vítimas do grupo. Algumas ossadas foram localizadas no Jardim Veraneio, região do Parque dos Poderes, bairro próximo onde os suspeitos moravam.

Mãe do menor diz que o garoto estava brincando quando desapareceu.

(Presos durante as investigações - Foto: Divulgação/PC)

A delegada que comandou o caso, Aline Gonçalves Sinnott Lopes, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), disse que nunca tinha investigado algo tão 'macabro', envolvendo tantas mortes. Aline destacou que, mesmo preso, Nando não se arrependeu dos homicídios e é uma pessoa que sabe manipular, inteligente e que não sente remorso algum.

Julgamento

O ‘serial killer’ do bairro Danúbio Azul foi julgado e condenado a 29 anos, 10 meses e 10 dias e multa de mil dias pelos crimes cometidos. Ele foi condenado pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, titular da 7ª Vara Criminal da Capital, diante dos crimes de tráfico de drogas e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente.

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