O filho do suspeito de ter estuprado e matado o menino, Kauan Andrade Soares dos Santos, 9, um adolescente entre 14 e 16 anos, recebeu diversas mensagens de ódio em seu perfil no Facebook e também ameaças, já que alguns entendem que a maior punição para o vendedor de celular, Deivid Almeida, preso por estupro e assassinato, seria alguém fazer mal ao filho dele.

Em uma conta da rede social atribuída ao garoto, uma das mensagens diz: ''A família do kauan tinha que fazer isso com o filho dele também pra ele senti na pele a dor que ele fez a família passar [sic]'', postou uma mulher.

Repudiada por alguns membros, a mesma internauta  disse ter visto uma mensagem do filho de Deivid em que ele disse ser uma 'cópia' do pai, por isso justifica a agressão. Porém, não informou se a publicação teria sido feita depois do crime ou se foi apenas uma manifestação típica de carinho com o pai.

''Então vc vai ser mostro e covarde igual seu pai [sic]'', publicou.

Porém, outra mulher ficou estarrecida com os comentários e se voltou contra as postagens. ''Eu não acho possível que vcs estão vindo no face do menino comentar essas barbaridades?!?! Vcs conseguem ser pior!!! [sic]'', desabafou  a usuária.

Um homem também fez questão de deixar um recado inapropriado ao garoto, mesmo tentando ser prestativo. ''Garoto você não tem culpa do pai que tem, delete seu face, antes que sobre para você, as pessoas estão revoltadas , retire suas fotos do perfil de seu pai'', observou.

(Vizinhos colocaram fogo na casa do suspeito - Foto: André de Abreu)

Já outros usuários da rede social aproveitaram o perfil do filho para mandar mensagens ao criminoso. ''Desgraçado! Vc pensou em Deus quando fez essa monstruosidade com uma criança?'', questionou uma participante.

Outra publicação dizia: ''Seu monstro, bandido, psicopata que você pague por todo mal que cometeu. Não deve nem ser chamado de ser humano''. Após as manifestações, o adolescente deletou a conta das redes sociais.

Crime chocante

A descoberta do que ocorreu com Kauan revoltou a população de Campo Grande. A princípio desaparecido desde o dia 25 de junho, a polícia elucidou parte do caso. O vendedor de celular, Deivid Almeida, teria usado um adolescente de 14 anos para atrair a vítima até sua casa e estuprar o menino até a morte, no Cophavilla II.  

O suspeito nega o crime, mas o adolescente confirmou e a polícia encontrou vasto material pornográfico na casa dele, vestígios de sangue e também fotos com outras crianças, sendo que outras duas vítimas já teriam sido identificadas. Ainda segundo a polícia, o adolescente contou que Kauan desmaiou durante o abuso sexual. Em seguida, Deivid e ele teriam jogaram o corpo do menino, a princípio, no Rio Anhanduí, região sul de Campo Grande.

Assim que a violência foi descoberta, a polícia e bombeiros fizeram buscas no local, na Avenida Ernesto Geisel, próximo a Avenida Campestre, mas até agora não encontraram o cadáver.

Deivid, segundo a polícia, ainda pode ter feito outras vítimas, já que a presença de crianças na casa dele era constante, pelo fato de ter dado aulas particulares para pessoas dessa faixa etária.

A família da vítima teme que, caso o corpo do garoto não seja encontrado, possa haver uma medida judicial favorável ao suspeito.