Anderson Flores de Araujo e Celso Eder Gonzaga de Araujo, presos na Operação Ouro de Ofir, da Polícia Federal, foram agraciados com habeas corpus, deferido pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. No entanto, a soltura dos 'cabeças' do golpe que lesaram cerca de 60 mil pessoas em todo o país não deve ocorrer neste sábado (17).
A informação é do próprio advogado da dupla, Arlei de Freitas, que confirmou a decisão, datada dessa sexta-feira (16), mas acredita que, por questões burocráticas, os clientes saiam somente na segunda-feira (19).
O defensor disse que o pedido de habeas corpus é antigo e foi negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e Superior Tribunal de Justiça. Ele não quis comentar o mérito da decisão e destacou que é preciso o processo se encerrar para que possa haver explicação sobre a acusação.
''Meu cliente é inocente'', resumiu o advogado Arlei. O defensor não quis declarar quais medidas cautelares foram aplicada aos pacientes. ''Na hora oportuna daremos entrevista coletiva''. Entramos em contato com o delegado da Polícia Federal, Guilherme Faria, mas não fomos atendidos.
Golpe
Celso e Eder foram presos em novembro de 2017, acusados de liderar a operação Au Metal. Os dois convenciam investidores de várias regiões do país a aplicar (mínimo de mil reais), em uma operação de repatriação de corretagem de venda de ouro, em uma suposta mina na Bahia e também em países estrangeiros. Havia investimentos também de até R$ 20 mil. Com isso, o retorno prometido era de milhões de reais. O outro investigado é Sidinei Peró.
A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul estima que 60 mil pessoas tenham sido enganadas. No entanto, muitos investidores ainda acreditam na ideia de que vão investir mil reais e receber o retorno milionário.
Conforme apurado pelo TopMídiaNews, Gonzaga é dono da empresa Company - Consultoria Empresarial, instalada em Campo Grande e onde o plano funcionava. Peró e Araújo seriam os chamados "líderes" ou "corretores", nomes inventados pela chefia do bando.
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O nome da operação faz referência a uma passagem bíblica, na qual o ouro da cidade de Ofir era finíssimo, puro e raro, sendo o mais precioso metal da época. No entanto, Ofir nunca foi localizada e nem ouro que lá tinha foi visto por alguém.
Em fevereiro deste ano, Celso e Eder foram postos em liberdade, contudo, dois dias depois voltaram para o cárcere por determinação judicial. À época que conquistaram a liberdade, os dois envolvidos tiveram de usar tornozeleiras.