Desembargadores do Tribunal de Justiça do MS negaram recurso do Ministério Público Estadual e mantiveram decisão que livra Jamil Name Filho e Fahd Jamil, pela morte do ex-policial militar Ilson Martins Figueiredo, em junho de 2018, em Campo Grande. Os magistrados classificaram as provas como ‘’fraquíssimas’’.
O outro beneficiado da decisão, assinada nesta terça-feira (31), é o ex-guarda municipal em Campo Grande, Marcelo Rios.
Conforme a manifestação de dois desembargadores e um juiz em substituição legal, na 2ª Câmara Criminal do TJ, a investigação apontou que o assassinato de Ilson, à época chefe de segurança da Assembleia Legislativa, teria sido motivada porque ele seria suspeito pela morte do filho de Fahd Jamil, Daniel Álvares Georges, desaparecido desde 2011.
No entanto, o relator do recurso, juiz Waldir Marques, disse que sequer há indícios que Daniel esteja morto. Ele observa também que a investigação oficial não apontou que Ilson estivesse envolvido no sumiço de ‘’Danielito’’ e, por isso, a suspeita em cima de Fahd é mera suposição.
O magistrado acrescenta que os executores de Ilson não foram identificados, assim como os projéteis usados no crime não guardam relação com um arsenal, encontrado pela polícia, em uma residência de propriedade da família Name, no Jardim Monte Líbano, em Campo Grande.
Não bastasse isso, o relator disse que as informações dadas por envolvidos no caso, na fase policial, foram contraditas por eles na fase judicial. Marques citou também que não houve colaboração premiada dos informantes.
Waldir Marques usou a decisão para relembrar suspeitas de coação por parte da polícia em cima da testemunha Eliane Benitez e até a ausência de advogado dela durante o depoimento, na fase policial.
Em outro ponto, o juiz faz questionamentos para exemplificar a falta de indícios na investigação, feita pelo Garras e pelo Gaeco.
''Se Fahd é líder da organização criminosa especializada em assassinatos que atua na fronteira, por que necessitaria do auxílio de Jamil Name e Filho para matar Ilson nesta Capital? Será que eles não têm pistoleiros próprios?'' e ''A que título Jamil Pai e Filho mandariam matar Ilson que não conheciam e não lhes fez mal?''.
Em nota, os advogados Gustavo Badaró e André Borges, que fizeram a defesa de Fahd Jamil, comemoraram: “Judiciário estadual aplicou o direito de maneira técnica e imparcial; o resultado é justo”.

Ilson foi executado na Guaicurus em 2018 (Foto: Anna Gomes)
Execução
O crime aconteceu na Avenida Guaicurus, no Jardim Moema, por volta das 6h do dia 11 de junho. Ilson dirigia um Kia Sportage branco quando foi perseguido e alcançado. Contra ele, foram disparados cerca de 35 tiros de fuzil AK 47 e carabina 556.
Figueiredo atuava como chefe de segurança da Assembleia Legislativa e era ex-policial militar.








