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Polícia

28/12/2016 17:45

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Videomonitoramento no Los Angeles funciona, mas não evita assalto a pedestres

PM atribui culpa de roubos de celulares a ‘distração’ da população

O sistema de videomonitoramento, anunciado em 2013, pelo Governo do Estado como importante ferramenta no combate à criminalidade está em funcionamento, conforme teste realizado pelo TopMidiaNews. Porém, os mais de R$ 2,2 milhões investidos não são efetivos quando o assunto é roubo a pedestres, principalmente em pontos de ônibus da região do Bairro Los Angeles. A culpa, segundo a Polícia Militar, é do pedestre que fica ‘distraído’ mexendo no aparelho. 

As câmeras são de alta definição e fazem parte do projeto do Governo Federal ''Crack, é possível vencer'', em convênio com o governo estadual. Elas entraram em funcionamento em 2015 e  começam na primeira rotatória da Avenida dos Cafezais, na altura do Jardim Mário Covas, segue até a rua do Patrocínio, no Jardim Centro-Oeste, também pelas rua Mansour Contar e Almirante Cochrane, no Jardim das Meninas e Rua Engenheiro Paulo de Frontin, no Los Angeles, até a divisa com o Jardim Uirapuru, na Rua Aucélio Souza Castro. 

(Autoridades conhecem ônibus que recebe imagens das câmeras em 2015 - Foto: Arquivo) 

A Polícia Militar, por meio do comandante do 10º Batalhão de Policia Militar, tenente-coronel Émerson Almeida, garante que o sistema registra diversas ocorrências policiais pelas 19 câmeras espalhadas ao longo vias importantes da região, como Avenida dos Cafezais e Rua Engenheiro Paulo de Frontin. Conforme a autoridade, assim que guardas municipais ou policiais percebem um ato ilícito pelas câmeras, os mesmos acionam uma equipe de área que atende prontamente a ocorrência. Ele reconhece que o número de roubos a pedestres subiu na cidade e que a instituição pretende‘conscientizar’ a população para que esse tipo de crime não aconteça.

''Queremos que as pessoas tentem não colaborar com os criminosos, tenham mais prevenção que é a melhor forma de evitar esse tipo de acontecimento’’, explicou Almeida. 

Em 2015, segundo o site da Sejusp (Secretaria de Estado, Justiça e Segurança Pública) foram 6.657 casos de roubo. Em 2016, até o dia 26 de dezembro, já houve 7.322 registros desse tipo de crime, somente em Campo Grande. A região do Grande Los Angeles tem um alto índice de violência. Em 12 de julho de 2015, ladrões invadiram um supermercado de madrugada e tentaram explodir o caixa eletrônico do estabelecimento, mas não conseguiram e fugiram levando R$ 500 e cigarros. Três anos antes, foi o caixa eletrônico dentro de uma farmácia que foi alvo dos bandidos, na mesma avenida. Porém, o alarme disparou e eles fugiram sem levar nada. 

Porém, um flagrante de consumo de drogas entre crianças de 6 a 9 anos chocou uma moradora da região que não quis se identificar. "Eram muito pequenos, todos sentados no batente de um comércio. Tinha até uma menina com eles". O TopMidiaNews, apurou que o fato aconteceu em dezembro deste ano, na Avenida Marajoara, quase esquina com a Avenida dos Cafezais, onde a poucos metros tem uma câmera do videomonitoramento na rotatória. 

(Darlene diz que assaltos a comércio migraram para pontos de ônibus no Mário Covas)

Darlene Santana, dona de uma farmácia na Avenida dos Cafezais, no Jardim Mário Covas, foi vítima de 32 ações criminosas, entre furtos, roubos e assaltos. A comerciante não sabia que o videomonitoramento estava em funcionamento, mas reconhece que os ataques a comércios da região reduziram. Na farmácia dela o último assalto ocorreu em março de 2015. “O que acontece agora são assaltos a pontos de ônibus. Ninguém mais está levando celular nem bolsa para lá. Esses dias duas meninas foram roubadas alí, está impossível ficar no ponto de ônibus’’, desabafou Darlene. 

Quem faz coro à declaração de Darlene é Robson Willian,29, proprietário de uma casa de produtos agropecuários na Rua Engenheiro Paulo de Frontin, no Los Angeles.''Graças a Deus diminuiu sim, até compensa morar aqui [Los Angeles]. Tá um bairro bom de morar aqui’’, definiu Willian. 

A central das imagens fica em um ônibus, estacionado no 1º Pelotão da PM, no Jardim Los Angeles. O número de guardas e PM's que trabalham no local não é divulgado por questões de segurança. Segundo a Polícia Militar, as câmeras tem capacidade de zoom de até um quilômetro, o que possibilita observar as placas de veículos e informações mais precisas para ajudar a identificar os suspeitos. 

No dia 5 de dezembro, a equipe de reportagem percorreu os locais onde as câmeras funcionam, anotou data e horário e solicitou as imagens posteriormente para teste. As imagens foram recuperadas a nosso pedido, mas segundo a população que precisa, os pedidos são negados.  ''Uma vez roubaram a bicicleta de um cliente e foram lá pedir as imagens, mas disseram que não estava funcionando’’, contou o comerciante Robson Willian. Na imagem cedida ao site, o repórter aparece chegando em um carro preto, às 17h15 do dia 5 de dezembro. O local é a Rua Engenheiro Paulo de Frontin, esquina com a Rua Aucélio Souza Castro, divisa entre Los Angeles e Jardim Uirapuru. O repórter desce e percorre o trecho que fica em torno da câmera. Em seguida retorna ao carro e sai. 

Uma outra comerciante, que trabalha na Avenida dos Cafezais, altura do Jardim Canguru relatou que também solicitou o registro, mas também recebeu a informação de que não estava funcionando. Darlene Santana disse que foram pedir imagens da farmácia dela para resolver um acidente de trânsito, pois não tiveram como ter acesso às imagens da câmera de segurança do videomonitoramento. 

O tenente-coronel Émerson disse que a Justiça solicita as imagens para ficar como prova em um processo, mas até o momento ''isso nunca aconteceu''. Ele explica ainda que as gravações ficam disponíveis para o Poder Judiciário por até um mês. Os registros captados no mês anterior vão sendo substituídas por novas imagens. 

Em reportagem feita em 22 de novembro, comerciantes da região que possui 50 mil moradores, desconheciam a funcionalidade do sistema, que já apresentou defeitos por diversas vezes. Em uma delas, Em julho de 2015, houve um problema de queda de luz na região e que afetou o sistema, que voltou a operar em julho de 2015. 
Em abril deste ano, ônibus que funciona como base e recebe as imagens das câmeras foi retirado de frente do posto policial do bairro Los Angeles após uma onda de ataques a ônibus do transporte coletivo em Campo Grande. As reclamações sobre falta de agentes e problemas técnicos são negadas pela PM. 

 

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