Secretário de Governo de Adriane Lopes (PP), Ulisses Rocha teve que colocar todo capital político em campo para barrar mais uma investigação contra a Prefeitura de Campo Grande nesta semana. Mesmo assim, o pedido de explicações do rombo de R$ 1,3 milhão do dinheiro do aposentado do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência) foi barrado por apenas um voto na Câmara Municipal, com a base aliada correndo atrás de parlamentares para votar eletronicamente de última hora.
Braço direito do marido de Adriane, o deputado estadual Lídio Lopes (sem partido) – apontado como chefe de um gabinete paralelo da Prefeitura dentro da Assembleia Legislativa por Pedro Pedrossian Neto (PSD) – Ulisses foi informado de requerimento que pedia explicações sobre a aplicação de R$ 1,3 milhão IMPCG no Banco Master, instituição que teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central após suspeitas de gestão irregular. A instituição é alvo da Polícia Federal e escândalo nacional.
O investimento foi aprovado pela atual vice-prefeita, Camilla Nascimento, em 2023, quando ela era diretora-presidente justamente do IMPCG, e contra pareceres técnicos do próprio Instituto, conforme apurado pela reportagem.
A proposta, apresentada na sessão desta terça-feira (25) pela vereadora Luiza Ribeiro (PT), solicitava que a prefeitura enviasse à Casa documentos sobre o investimento, como demonstrativos contábeis, atas de deliberação e a lista completa de bancos que receberam recursos do instituto. Com a rejeição, as informações não serão encaminhadas.
Informado do requerimento, Ulisses entrou em contato, via celular, com vereadores da base aliada, já que Beto Avelar, o líder da prefeita, não estava na Casa. A reportagem apurou que o tom do secretário de Governo era de apreensão, para não dizer de desespero.
Para o requerimento não ser aprovado, pelo menos dois parlamentares que não estavam presencialmente na Câmara foram acionados de última hora, e votaram remotamente, mostrando um enfraquecimento da posição de Adriane, e do próprio Ulisses, na Casa de Leis.
Mais importante, os R$ 1,3 milhão, que não serão recuperados, já que não há garantia legal de saque, ficarão sem resposta oficial da Prefeitura de Campo Grande.









