Possivelmente orientado por sua assessoria jurídica, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), fez uma viagem repentina para local ignorado e impediu que lhe entregassem a intimação sobre a sessão de votação do relatório da Comissão Processante, que seria marcada para a quarta-feira (12) na Câmara Municipal de Campo Grande.
Sem o aceite do prefeito, a sessão não poderá ser marcada, pois deve ser obedecido o prazo legal de 24 horas de antecedência para que Bernal prepare sua defesa.
Os funcionários designados para a entrega da intimação aguardaram por Bernal até o encerramento do expediente no gabinete de sexta-feira (7). A intimação poderia ser entregue ainda durante o final de semana, caso o prefeito conseguisse um horário para seu recebimento, mas o procurador da Câmara não acrediou muito nessa possibilidade, caso que até a manhã deste domingo não aconteceu.
Mas uma nova tentativa será feita na segunda-feira (10), caso o prefeito regresse da viagem e dê expediente no gabinete.
Cassa ou absolve
A cassação do prefeito é tida como duvidosa, pois cabem recursos ao próprio Superior Tribunal de Justiça e, em caso de manutenção do teor da sentença, que permite a retomada da sessão de julgamento na Câmara, as articulações do secretário Municipal de Governo e Relações Institucionais, Pedro Chaves (PSC), no trabalho de convencimento que vem exercendo entre os vereadores, visando ampliar a base de apoio à Bernal, devem permitir o número de votos contrários necessários para a manutenção da atual gestão.
Votação
Caso o prefeito venha a ser cassado, o número de vereadores que compõe sua bancada ainda não é o suficiente para sua defesa. Cazuza (PP), Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra, Gilmar da Cruz (PRB), Alex, Zeca do PT e Ayrton Araújo, que figuram como aliados certos de Bernal, ficariam de mãos atadas contra os opositores.
A especulação é que Jamal Salem (PR) e Edson Shimabukuro (PTB), não estariam satisfeitos com as negativas de Bernal, e poderiam abortar a missão de salvação do Prefeito.