O vereador Carlão Comunitário (PSB) fez duro discurso, nesta quinta-feira (4), e ameaçou deixar a base de sustentação da prefeita Adriane Lopes (PP) até dezembro. O parlamentar lamentou que o Executivo nega grande parte das demandas dos vereadores, o que os prejudica politicamente.
O recado foi dado a todos no plenário, mas sobretudo ao líder da prefeita, vereador Beto Avelar (PP) e ao secretário de Governo e Relações Institucionais, Ulisses Rocha.
''Temos que mudar um pouco o atendimento do executivo às demandas dos vereadores'', bradou Carlão. Ele detalhou que muitos dos pedidos são recebidos pelo Executivo, que diz encaminhar para consultoria técnica. Porém, o tempo passa e o pleito é negado.
''Eu vivo da política, de atender as demandas que o mandato exige, dos bairros, da comunidade. Eu não posso me matar [politicamente]'', desabafou. A prazo dado pelo ex-presidente é em fevereiro.
''Caso contrário, o Carlão vai estar na independência. Não na oposição, porque não faço, mas na independência'', garantiu.
Em outro trecho, Carlão foi mais incisivo nas críticas sobre a prefeitura atender os pleitos dos parlamentares, já que a bancada de sustentação da prefeita também tem suas demandas.
''Agora [a prefeita] pega uma Agetran e coloca um amigo lá... pego uma vigilância [Sanitária] e põe um amigo lá... lugar de colocar parente não é no serviço público. Às vezes o que eu acho que uma pessoa é boa pra mim, mas não é para a sociedade'', observou o primeiro-secretário da Casa.
Carlão citou obras paradas como um dos entraves à manutenção do apoio à prefeita. Ele também cobrou a participação do partido dele na gestão Adriane.
''Temos que fazer parte... não eu, o partido... tem de ter alguns membros em alguns pontos na secretaria'', disse com ênfase. Citou que a participação dele não é apenas votar nos projetos de interesse da prefeita.
O ex-presidente também cobrou do atual chefe, vereador Papy (PSDB), um posicionamento institucional sobre o caso e discussão sobre isso com a prefeita e o secretário Ulisses.
''Uma coisa é ajudar a prefeita em todos os projetos de interesse do campo-grandenses é uma coisa. A outra coisa é fazer da Câmara um anexo da prefeitura'', refletiu.









