Prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro, disse não saber de nada sobre esquema milionário de corrupção em obras da Educação do Município. Polícia Federal fez uma devassa e revelou fraude em licitação e empresas de fachada.
A operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (9) em conjunto com a Advocacia Geral da União. Foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos em Três Lagoas, Campo Grande, Coxim, Naviraí e Florianópolis (SC).
Questionada pelo TopMídiaNews, a prefeitura respondeu que nem a pessoa do prefeito nem o Município foram citados no processo e por isso não são parte na investigação. A gestão disse ''não compactuar com qualquer tipo de irregularidade, preza pela legalidade e transparência de seus atos públicos''.
Sobre o caso em si, a prefeitura respondeu que as obras e serviços executados em unidades da Rede Municipal de Ensino ocorreram por meio de adesão à ata de processo licitatório do Ministério do Exército.
''... ou seja, a licitação não foi realizada pela Administração Municipal de Três Lagoas, procedimento legal e em conformidade com a Legislação vigente'', diz trecho da nota. A prefeitura detalhou também que a execução do contrato já foi alvo de investigação por parte do MPE-MS, que decidiu pelo arquivamento.
Sobre os servidores envolvidos, o executivo disse que vai instaurar procedimento administrativo para averiguar a conduta.
Operação
Polícia Federal e Controladoria Geral da União deflagraram, na manhã desta quinta-feira (9), operação contra fraudes em licitações na Educação municipal de Três Lagoas e outros crimes. Oitenta policiais saíram às ruas de Três Lagoas, Campo Grande, Coxim e Naviraí, além de Florianópolis para cumprir mandados de buscas e apreensões.
A investida policial também mira crimes como peculato, apropriação e associação criminosa. Foram 20 ordens judiciais – autorizadas pela 1ª Vara da Justiça Federal de Três Lagoas a serem cumpridas.
Houve igualmente uma medida cautelar de sequestro e bloqueio de bens de cada um dos indiciados no valor de R$ 23 milhões. A justificativa para a devassa federal se deu, entre outras razões, porque empresas não executavam os serviços contratados pelo Município.
''Durante as investigações foram encontrados fortes indícios de direcionamento ilícito e antieconômico de contratado administrativo, além de superfaturamento de parte de obras e serviços em unidades de ensino do município de Três Lagoas'', garantiu a força-tarefa.
A PF acrescentou que também identificou a existência de empresas de fachada e empresas fantasmas, usadas para transações financeiras entre os envolvidos.
O espaço está aberto para manifestação do Ministério do Exército.