A presidente Dilma Rousseff disse ao vice-presidente Michel Temer em reunião na segunda-feira (13) que está encontrando dificuldades para ampliar o espaço do PMDB na Esplanada dos Ministérios, segundo relato de uma fonte do Palácio do Planalto à Reuters.
A reunião de aproximadamente duas horas com Temer, que é presidente licenciado do PMDB, deu início às negociações que Dilma fará com aliados nos próximos dias, antes de iniciar a substituição dos ministros que deixarão o governo para disputar as eleições estaduais. São aguardadas pelo menos dez mudanças no primeiro escalão.
A presidente argumentou a Temer que está tendo dificuldades para atender a todos os pedidos dos partidos que engrossaram sua base aliada no Congresso, disse a fonte, sob condição de anonimato.
Há demandas do PP, que hoje comanda o ministério das Cidades e quer assumir pelo menos mais uma pasta, do PSD, que comanda a pasta de Micro e Pequenas Empresas e já se comprometeu a apoiar a reeleição de Dilma, e do recém criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros), entre outras.
Dilma quer formar uma aliança de partidos igual ou maior do que em 2010 e para isso vai usar vagas da reforma ministerial. Quanto mais partidos na aliança, mais tempo de campanha na TV.
O PMDB comanda cinco ministérios (Previdência, Agricultura, Turismo, Minas e Energia e Aviação Civil) e almeja comandar a Integração Nacional, que estava sob controle do PSB. Os socialistas deixaram o governo em setembro, quando o governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos, disse que o PSB teria uma candidatura própria à Presidência.
Segundo relato da fonte, Dilma disse que tem dificuldades para colocar o PMDB no comando dessa pasta. "Mas isso ainda não foi uma conversa definitiva", disse, admitindo, porém, que não será fácil fazer a costura necessária para ampliar o espaço do partido na Esplanada.
Dilma dará sequência às reuniões com outros partidos aliados nos próximos dias. Temer já conversou com alguns peemedebistas na segunda, e caso Dilma não atenda o pedido do partido, os principais contrariados seriam os senadores do PMDB, que davam como certa a indicação do colega Vital do Rêgo (PB) para o cargo.