O empresário Eike Batista, preso pelas investigações Operação lava Jato, tinha sua atenção disputada pelos políticos de Mato Grosso do Sul, além de receber diversos incentivos para que suas empresas operassem no Estado.
Os ex-governadores André Puccinelli (PMDB), Zeca do PT (PT) e o ex-senador Delcídio do Amaral, trocaram publicamente farpas pela disputa da autoria de conseguir viabilizar a construção da planta siderúrgica da MMX. Zeca, em 2008, afirmou que Puccinelli estava “inaugurando coisa minha e do Lula”. Sobre a entrega de unidade da MMX em Corumbá.
Na época da ativação do da Usina siderúrgica em Corumbá, diversos políticos compareceram em Corumbá, como Paulo Duarte, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, Antonio Carlos Biffi, inclusive do prefeito de Puerto Quijarro na época, Aldo Clavijo. O presidente Evo Morales havia na época expulsado da Bolívia as operações de Eike Batista.
Delcídio era o político que mais fazia propaganda de Eike Batista em Mato Grosso do Sul, como grande símbolo do progresso da indústria em nossos Estado. “ Graças a Deus, Eike, você está nos proporcionando a virar a página e retomar o progresso”, disse Delcídio. O ex-senador afirmava que Eike Batista havia desenterrado as sandálias de Frei Mariano, fazendo Corumbá se desenvolver, citando antiga lenda da Guerra do Paraguai, quando Frei mariano teria jogado uma praga que Corumbá só cresceria quando suas sandálias fossem desenterradas.
O prefeito de Corumbá Ruiter Cunha considerava que a instalação da MMX em Corumbá era um “grande presente” para a população.
Uma área de 60 hectares foi doada pela gestão do ex-governador Zeca do PT, para a construção da Usina e a autorização para implantação da planta metalúrgica no pagar das luzes do governo petista.
Na época que a MMX anunciou a plantação de eucalipto em Mato grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli publicou resolução tirando a necessidade de EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental – Relatório de Impacto Ambiental), para plantar eucalipto em nosso estado.André Puccinelli chegou a considerar “espetacular” a tecnologia empregada no sistema de fertirrigação utilizado pela MMX em plantação em Dois Irmãos do Buriti.
Na época, Delcídio e Zeca do PT chegaram a posar em fotos ao lado de Eike, percorrendo de automóvel o ramal de distribuição de gás natural, feito a pedido da mineradora e sob a promessa de lucro a longo prazo, a empresa estatal MSGás, e custou o valor de 30 milhões de reais. Porém, ela nunca foi utilizada pela mineradora, nem em tempos áureos muito menos depois de pedir recuperação judicial.
Quando as obras da MMX foram embargadas pelo Ministério Público Estadual, houve um esforço conjunto do governo do Estado, prefeitura de Corumbá e deputados Estaduais para que ocorresse a liberação. Entretanto, o único a se colocar contra a obra e comemorar o embargo foi o ex-deputado estadual Ary Rigo.
Quando a MMX foi multada em 2008 em R$ 23 milhões pelo Ibama, por utilizar carvão vegetal oriundo de locais de desmatamento, uma força tarefa foi criada pelo ex-governador André Puccinelli, Ruiter Cunha e deputados estaduais, para que se conseguisse absolver a MMX da multa e que pudesse ser convertido com o pagamento de contra-partidas.
Eike Batista é acusado de corrupção passiva por ter pago ao ex-governador Sérgio Cabral propina no valor de US$ 16 milhões para ter facilidades na instalação de suas empresas. Ele vai ficar no presídio de Bangu em uma cela comum, pois não tem curso superior, que lhe daria direito a cela especial. A prisão do ex homem mais rico do Brasil se deu no âmbito da Operação Eficiência, que é um desdobramento da Operação Calicute, na qual Sérgio Cabral foi preso, que por sua vez é um braço da Operação Lava Jato.
