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Política

Ex-presidente da Funtrab diz ser investigado por 'retaliação política'

MPE investiga suposto desvio de recurso; Wilton Acosta se diz vítima de denúncias requentadas

28 setembro 2018 - 14h51Por Celso Bejarano e Diana Christie

O ex-diretor-presidente da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul), Wilton Acosta, um dos alvos da operação de busca e apreensão que envolvera policiais federais e o Ministério Público Estadual, na manhã desta sexta-feira (28), disse ter sido incluído na investigação por “retaliação política”, apenas.

Ministério Público e policiais federais apuraram eventual desvio de recurso público repassado à instituição de microcrédito Crediquali, antigo Banco do Cidadão, empresa conveniada à Funtrab. Entre 2016 e 2017, dinheiro público teria sido usado por membros do conselho deliberativo da fundação.

Acosta é do PRB, candidato a deputado federal na aliança Esperança e Mudança, do candidato ao governo pelo PDT, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira.

O PRB era aliado ao PSDB, do candidato à reeleição do governador Reinaldo Azambuja. Mudou depois de lado, indo para o PDT de Odilon.

Acosta, que assumiu a Funtrab em 2015 e deixou o cargo no início deste ano, disse que, em sua gestão, o governo estadual não “repassou nenhum centavo” à Funtrab, daí estaria livre de qualquer suspeita de desvio de recurso público.

Ele disse ainda que a operação desta sexta-feira trata-se uma “investigação requentada”.
Acosta afirmou que “lá atrás” já havia sido ouvido sobre o caso e que, ao final do processo, “tudo será esclarecido”.

O ex-presidente da Funtrab disse ainda que a operação policial em questão recaiu sobre ele porque seu partido definiu por deixar a base de apoio do governo de Reinaldo.

Policiais entraram na casa de Acosta na manhã de hoje para cumprir mandado de busca e apreensão. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na cidade.

Governo do Estado

Já o Governo do Estado emitiu uma nota explicando que “a Crediquali é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) sem nenhum vínculo administrativo formal com o Estado, apesar de ter ocupado as dependências físicas da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab-MS) até 2015, quando foi solicitada a deixar o local, no início do governo de Reinaldo Azambuja”.

Ainda, a “Oscip não recebeu nenhum repasse de recursos financeiros do atual Governo. Sobreviveu, nesses anos, da gestão de ativos captados em governos anteriores. Nesse sentido, o Governo do Estado não tem qualquer domínio sobre os atos praticados no âmbito daquela instituição”.

Ainda assim, por causa da operação, o Governo do Estado “determinou à Funtrab e à Controladoria Geral do Estado (CGE) que apurem a possibilidade de ocorrência de prejuízo ao erário e, nesse caso, tomem as medidas cabíveis para eventual responsabilização e ressarcimento”.