O ex-secretário de Saúde do governo Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, voltou a ser preso, na manhã desta sexta-feira (31), pela Polícia Federal na operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Ao todo, os agentes visam cumprir 21 mandados de prisão no Rio e em São Paulo. Desde o início da manhã, agentes da PF estão na casa do ex-secretário na Lagoa, na Zona Sul da capital fluminense.
Dessa vez, a operação envolve as Organizações Sociais (OSs), que são organizações sem fins lucrativos contratadas para administrar unidades de saúde do estado. A OSs alvo da operação é a Pró-Saúde, que administrava vários hospitais na gestão de Sérgio Cabral. Atualmente, a Pró-Saúde é responsável pela administração do Hospital Getúlio Vargas e do Instituto Estadual do Cérebro.
A ação desta sexta-feira é um desdobramento das operações Fatura Exposta e Ressonância e é a terceira fase da Lava Jato no Rio de Janeiro dentro da área da saúde.
Os atuais dirigentes da OS Pró-Saúde fizeram delação e disseram que, além da contratação da organização social ser combinada, os contratos com fornecedores eram fraudados para que as empresas devolvessem 10% do dinheiro como forma de pagamento de propina.
Outro alvo da ação é o empresário Miguel Iskin. Ele é investigado, desde o ano passado, por suspeita de controlar um cartel de fornecedores de material e equipamentos hospitalares para o estado. De acordo com os investigadores, ele escolhia as empresas que venceriam as licitações e cobrava comissões que chegavam a 40% do valor total dos contratos.
Cortes já havia sido preso em abril do ano passado durante a Operação Fatura Exposta, mas foi solto em fevereiro desse ano após decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele foi investigado pelo desvio de R$ 300 milhões na secretaria Estadual de Saúde e no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Solto por Gilmar, o ex-secretário de Saúde do governo Sérgio Cabral chegou a ser alvo de gritos de manifestantes ao sair da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Na ocasião, Cortes teve certa dificuldade ao tentar fechar a porta do carro.
Iskin já foi preso outras duas vezes, a última em julho do ano passado, mas foi solto no início deste mês, também por decisão do ministro Gilmar Mendes.