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Política

“Ferrovia Transamericana é nossa prioridade”, afirma Reinaldo Azambuja a ministro da Bolívia

Governo do Estado busca viabilizar a revitalização da Malha Oeste

23 agosto 2019 - 12h37Por Portal MS

O governador Reinaldo Azambuja reafirmou nesta sexta-feira (23.8), em encontro com o ministro de Obras Públicas da Bolívia, Oscar Coca Antezana, que Mato Grosso do Sul priorizou a ligação ferroviária – a chamada Ferrovia Transamericana – com o vizinho país para integrar Santos (SP) a Arica (Peru), abrindo uma nova opção de escoamento da produção brasileira para o mercado asiático.

Com esse propósito, o Governo do Estado busca viabilizar a revitalização da Malha Oeste, cujo trecho de Três Lagoas a Corumbá está sucateado e com baixa nível de produção, e articula, com o apoio de São Paulo e a bancada federal, incluir a ferrovia no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do Governo Federal, e estender a atual concessão, que finda em sete anos, para mais 30 anos.

O ministro boliviano, por sua vez, também sustentou o compromisso do presidente Evo Morales em concluir as obras complementares da ligação da ferrovia, a partir de Santa Cruz de La Sierra, até Arica. Segundo ele, faltam 150 km, entre Cochabamba a Bulo Bulo, que serão implantados em um prazo de no máximo três anos. A Transamericana também se integra ao Chile, com acesso ao porto de Iquiqui.

Corredor já estruturado

“Acredito muito nesse corredor, ainda mais depois dos acordos firmados para a importação do gás natural e ureia para empreendimentos que estão sendo instalados em Mato Grosso do Sul”, afirmou Reinaldo Azambuja. “Sou um entusiasma em mais esta saída para o Pacífico, é prioridade nossa e estamos juntos com a Bolívia para viabilizá-la”, complementou.

O governador adiantou ao ministro as ações que o Estado vem desenvolvendo para garantir a restauração da Malha Oeste, que é vital para viabilizar o corredor ferroviário, acentuando que as tratativas com o Governo Federal avançam e os resultados são extremamente positivos quanto a inclusão da ferrovia no PPI.

“É a rota mais lógica e factível, está praticamente estruturada”, enfatizou Reinaldo Azambuja. “Teremos uma logística em potencial não só para nossos produtos. Temos a ureia, que já tem acordo de exportação pela Acron (grupo russo que assumiu a unidade da UFN3 de Três Lagoas), e possibilidades de compra de cloreto de potássio. São produtos que o Brasil importa em mais de 90% e estão aqui ao lado, na Bolívia.”

O governador e o ministro conversaram também sobre as questões aduaneiras na fronteira, entre Corumbá e Puerto Suarez, que precisam ser definidas com maior urgência, com a criação, inclusive, de uma normativa que facilite o trânsito de mercados bolivianas até Campo Grande. Oscar Antezana propôs uma ação conjunta para eliminar as barreiras atuais.

Uma aduana integrada

Presente ao encontro, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Agricultura Familiar e Produção (Semagro), Jaime Verruck, disse que essa discussão de curto prazo deve envolver os órgãos do setor alfandegário dos dois países, das áreas tributárias, meio ambiente e agropecuária, enquanto se viabiliza a infraestrutura de logística.

“A questão aduana é um dos gargalos que temos na fronteira com a Bolívia, tanto para o fluxo rodoviário como ferroviário, devido à demora na tramitação de documentos e outros requisitos, e o que precisamos é simplificar isso com uma alfândega integrada”, explicou Verruck.

O secretário adiantou que a YPFB, a estatal petrolífera boliviana, pretende instalar uma central de distribuição de ureia e cloreto de potássio em Campo Grande, que se tornará um centro de distribuição dos produtos para o Brasil, devido às perspectivas de importação em grande escala. Somente Mato Grosso do Sul deverá importar 400 mil toneladas de ureia este ano.

O diretor de comercialização da YPFB, Xavier Barriga, se encontra em Campo Grande para definir uma área para a instalação, com o apoio técnico da Semagro, e participou da reunião entre o governador e o ministro. Também presente o ministro João Carlos Parkinson, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.