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Política

há 8 anos

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Jamal confessa encontros com Olarte e voto sem 'conhecimento profundo'

O ex-secretário de Saúde e atual vereador Jamal Salem (PR) confessou aos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que participou de algumas reuniões, inclusive de uma que ocorreu pouco antes da sessão de cassação, que retirou o atual prefeito Alcides Bernal da prefeitura em março de 2014. Na época, o encontro contou a presença do prefeito afastado Gilmar Olarte, então vice-prefeito, e de alguns vereadores.

A declaração consta no Procedimento Investigatório Criminal, de n.18/2015, realizado no dia 25 de agosto de 2015, durante o cumprimento do mandado de condução coercitiva, quando o vereador foi detido para prestar esclarecimentos. Jamal Salem está entre os investigados no procedimento que apura possível compra de votos de vereadores para cassação do prefeito Alcides Bernal.

Aos promotores, o vereador delatou que o assunto entre o prefeito afastado e os vereadores - 'que não se recorda quem são' - falavam sobre a nova administração municipal, dando como certa, a cassação de Bernal. "[...] Gilmar Olarte disse aos presentes que, caso assumisse a prefeitura, estabeleceria um 'melhor elo com a Câmara de Vereadores'", disparou.

O ex-secretário ainda revelou em depoimento que assumiu uma postura independente na Câmara Municipal, porém, no primeiro ano de gestão de Alcides Bernal tentou se aproximar o atual prefeito dos demais vereadores de Campo Grande, uma vez  que "havia dificuldade de audiência com Bernal por parte dos vereadores".

Porém, após o insucesso, e diante de 'outras irregularidades acontecendo', votou pela abertura da CPI do Calote, considerando que havia empresas alegando que não estavam recebendo pagamento da prefeitura. O mesmo ainda disse aos promotores que não se aprofundou ou verificou se a denúncia procedia.

 "Não 'tomou conhecimento profundo' sobre quais as empresas que não estavam recebendo pagamentos da prefeitura; que não procurou saber quais empresas estavam tendo dificuldades para receber da prefeitura; que não teve nenhum contato com nenhum proprietário de empresas citadas na CPI do Calote", explicou em depoimento.

A mesma posição também foi tomada durante a abertura da Comissão Processante. "Votou a favor da abertura da comissão processante, bem como da cassação de Alcides Bernal; que fora motivos determinantes para votar a favor da cassação 'a maneira de governador de Alcides Bernal' e pelas provas da comissão processante. [...] Que também pesou na sua decisão o fato de que a 'prefeitura estava muito fechada para governar', eis que essa era o modo de administrar de Alcides Bernal", justificou o parlamentar ao Gaeco.

Jamal confirmou que conhecia João Amorim desde 1996, e que sabia que Amorim tinha contratos com a prefeitura, mas negou que o empreiteiro tenha feito doação de campanha na última eleição e nem nas vésperas da cassação, que tivesse entrado em contato com o empresário. O vereador também disse que não conhecia João Baird e nem Fábio Portela, somente os conhecendo no dia da detenção. 

Sesau

O ex-secretário ainda revelou outro assunto aos promotores, sobre os cargos de servidores comissionados. A Sesau possuía na época, 80 cargos comissionados ao custo aproximado de R$ 500 a 600 mil aos cofre da prefeitura por mês. E que o prefeito afastado seria o responsável por fazer as indicações na pasta. "Que o prefeito Gilmar Olarte indicou pessoas para ocupar cargos comissionados, mas não se recorda a quantidade", revelou.

No entanto, ele também confirmou que indicou pessoas para ocupar pontos estratégicos dentro da secretaria. "Que pediu ao prefeito Gilmar Olarte que tivesse liberdade de indicar pessoas para postos importantes dentro da secretaria; que indicou pessoas de sua confiança para ocupar oito cargos, mas estas pessoas não assumiram cargos técnicos; que as pessoas que foram indicadas pelo declarante assumiram cargos de assessoria ao gabinete".

Por fim, Jamal ainda aos promotores que o motivo do rompimento entre Olarte e Bernal ocorreu porque o atual prefeito eleito não teria 'honrado' o compromisso de nomear Olarte para assumir a 'Secretaria de Indústria e Comércio', por essa razão, a relação entre os dois não foi mais restabelecida. 

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