Vereadores de Campo Grande usaram a tribuna, na sessão desta quinta-feira (5), para expressarem o que interpretaram acerca do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, ontem (4), no STF (Supremo Tribunal Federal). Vinícius Siqueira, do DEM, que é servidor licenciado do Ministério Público Estadual disse que Lula é “bandido” e que deve ficar “bem longe do serviço público”.
Na decisão do STF, nem os ministros chegaram a tal conclusão, tanto que o resultado que permite a prisão de Lula foi de seis votos favoráveis a cinco votos contra.
Além de chamá-lo de bandido, Siqueira disse ter concordado com o desfecho do julgamento.
Já o vereador Ayrton Araújo, do PT, rebateu a declaração do colega e disse que o ex-presidente mereceria o respeito “não só de pessoas que passavam fome no Brasil, antes das gestões de Lula, mas também dos empresários”.
Para Ayrton, Lula sofreu humilhação ao ter o habeas corpus negado. Em seguida, o petista recordou recente episódio judicial que envolveu vereadores de Campo Grande.
Acusados de tramar o afastamento do ex-prefeito da cidade, Alcides Bernal, do PP, em troca de cargos e dinheiro, os vereadores foram denunciados pelo MPE, mas tidos como inocentes pela Justiça depois. “Faltou provas. Quem trabalha na vida pública corre o risco de condenações sem provas”, alertou Araújo.
E o vereador Valdir Gomes, do PP, desistiu de comentar o assunto, segundo ele, por ter visto duas crianças que estavam no plenário da Câmara. Perguntado se o que ia dizer era “tão feio” ao ponto de as crianças não puderem ouvir, o vereador sorriu e disse "hoje não é dia de briga" e saiu de perto dos repórteres.
Lula foi condenado a 12 anos de prisão por ter, segundo a Justiça Federal, ganhado um apartamento de empreiteira que prestava serviço à Petrobras. Ele nega.