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Política

Lama Asfáltica e Coffee Break: empresa que fez asfalto no Nova Lima é acusada de fraudar obras

Rua Jerônimo de Albuquerque, no Nova Lima, tem o asfalto comprometido toda vez que chove forte

25 outubro 2016 - 09h23Por Thiago de Souza

A Proteco Engenharia, antiga Gerpav LTDA,  foi a empresa responsável pelas obras de pavimentação da Rua Jerônimo de Albuquerque, no Bairro Nova Lima, em 2004, segundo a Prefeitura de Campo Grande. O local é o mesmo aonde a força da chuva destruiu a tubulação de esgoto, que fez abrir uma cratera de 5 metros de comprimento por 3,5 metros de largura, na tarde desse domingo (23).

Chuva, aliás, é palavra que assusta os moradores do bairro da região norte da Capital. Em fevereiro deste ano, a  forte precipitação  desmanchou o asfalto na avenida Marquês de Herval, esquina com Jerônimo de Albuquerque. À época, no entorno, vários veículos rodaram nas pistas e um chegou a bater em um dos ônibus que estava parado na pista na avenida Cônsul Assaf Trad, próximo ao terminal Nova Bahia, no bairro Coronel Antonino.  


(Buraco levou transtornos mais uma vez à população do Nova Lima - Foto: PMCG)

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) culpou administrações anteriores pelas más condições do asfalto no Bairro. ''... A população está sofrendo as consequências de um projeto que foi elaborado com má qualidade e com falta de responsabilidade. É inaceitável que um asfalto não suporte uma chuva, que o projeto não tenha um plano de drenagem adequado para garantir a segurança das pessoas. Em fevereiro deste ano estivemos aqui e verificamos que o material é muito ruim, o asfalto é fino e de péssima qualidade e foi feito de forma irresponsável pelas gestões passadas'', criticou Bernal.

Segundo a prefeitura da Capital, o enorme buraco foi aberto devido ao rompimento da tubulação de esgoto e, portanto, seria de responsabilidade da concessionária de água.  

A construção da Avenida Jerônimo de Albuquerque aconteceu em 2004, na gestão do então prefeito André Puccinelli (PMDB) e de Edson Giroto, à época secretário municipal de Obras.

Empresa suspeita

O empresário João Amorim figura como um dos sócios da Proteco  e foi denunciado à Justiça em junho deste ano pelo MPF (Ministério Público Federal) por integrar um esquema de fraudes em licitações públicas, principalmente de obras viárias do Estado.  Amorim foi preso por três vezes e na última conseguiu habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em uma das situações investigadas na Lama Asfáltica, a obra na rodovia MS-430, que liga São Gabriel a Rio Negro, foi superfaturada em R$ 7,5 milhões, segundo o MPF. Inaugurada em 2014, na gestão do ex-governador André Puccinelli,  a via apresenta problemas como buracos e desprendimento da camada asfáltica. A Proteco venceu licitação para três lotes dessa estrada.

João Amorim, ex-cunhado do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB) também foi denunciado à Justiça por corrupção ativa, desta vez pelo MPE (Ministério Público Estadual) no âmbito da Operação Coffee Break,  suspeito de oferecer vantagens a vereadores para votar a favor da cassação do prefeito Alcides Bernal, em 2014.