Cerca de 120 pessoas participaram de uma manifestação no cruzamento da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena, no Centro de Campo Grande, com o lema “Sem anistia”, na manhã deste domingo (14).
O ato reuniu lideranças partidárias e representantes de movimentos sociais, feministas, religiosos e populares, e contou com caminhão de som e discursos críticos ao Congresso Nacional.
Entre os principais nomes presentes estavam Fábio Trad, Pedro Kemp e Landmark Luz. A mobilização foi direcionada principalmente contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, acusado pelos manifestantes de facilitar a tramitação do Projeto de Lei da Dosimetria, que segundo os organizadores, pode reduzir penas aplicadas a envolvidos em atos contra a democracia, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante o ato, Fábio Trad fez duras críticas ao projeto. Para ele, a proposta vai além da discussão política e representa um risco à segurança jurídica do país. “O PL da dosimetria tem vários problemas, mas o mais grave é que ele pode servir para beneficiar criminosos comuns, como traficantes, estupradores, homicidas e autores de feminicídio”, afirmou.
Trad classificou a proposta como inconstitucional. “Juridicamente, é uma heresia, uma afronta, uma extravagância. É absolutamente inconstitucional e, politicamente, uma agressão ao senso da consciência coletiva, que quer que as decisões do Supremo Tribunal Federal sejam respeitadas”, disse.
O ex-deputado também questionou a mensagem que o projeto transmite à sociedade.
“Qual é o sinal que o PL da dosimetria dá? Que você pode praticar crimes contra a democracia, planejar a morte de presidentes, envenenar ministros do STF, tentar matar o vice-presidente eleito e, depois, tudo se resolve com um acordão na Câmara. Isso não é certo”, declarou.
Já Pedro Kemp afirmou que o Brasil vive uma normalidade democrática, apesar de eventuais tensões, e reforçou que resultados eleitorais e decisões judiciais devem ser respeitados. Segundo ele, a redução de penas representa uma “anistia disfarçada” e não pode ser aceita.
Diferentemente de outros atos recentes realizados no mesmo local, a manifestação teve baixa adesão de motoristas, com poucas buzinas em apoio. A maioria dos condutores passou sem reagir, embora alguns veículos exibissem adesivos em apoio a Jair Bolsonaro e críticas ao ministro Alexandre de Moraes.








