Em sua terceira tentativa, o senador e bispo neopentecostal licenciado Marcelo Crivella foi eleito prefeito do Rio de Janeiro no segundo turno da eleição, neste domingo (30). A vitória do religioso, sobre o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), é também a primeira do PRB (Partido Republicano do Brasil) em uma capital.
Marcelo Bezerra Crivella, 59, vai substituir, no dia 1º de janeiro do ano que vem, o atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), que está à frente do Executivo municipal desde 2009. Nas últimas eleições municipais, o peemedebista foi apoiado pelo senador.
Campanha turbulenta
À frente da coligação "Por um Rio mais humano" (PRB/PTN/PR), com o quinto tempo de propaganda eleitoral na televisão --um minuto e 11 segundos-- no primeiro turno Crivella ocupou a liderança isolada nas pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha.
No segundo turno, chegou a abrir 26 pontos percentuais sobre Freixo, segundo pesquisa do Ibope. Seu índice de rejeição caiu 11 pontos entre dois levantamentos do mesmo instituto, de 35% para 24%, na primeira fase da campanha.
Clique aqui para ler o perfil do UOL sobre Marcelo Crivella
Com a divulgação de posições e fatos do seu passado como pastor da Universal, como trechos de um livro em que classificou homossexuais como um "mal terrível" e fez críticas a outras religiões ou o episódio em que foi fichado pela polícia por suposta invasão de domicílio, em 1990, sua imagem foi arranhada e ele partiu para o ataque contra o candidato do PSOL e a imprensa.
Sua vantagem sobre Freixo chegou a cair dez pontos percentuais em um levantamento Datafolha. Na última semana de campanha, dizendo-se perseguido por veículos do "Grupo Globo" e pela revista "Veja", ele faltou a entrevistas previamente marcadas e passou dois dias em Brasília, cumprindo agenda no Senado.