Com a aprovação do relatório de cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) na Comissão de Ética, o deputado federal de Mato Grosso do Sul, Carlos Marun (PMDB), afirmou que não é um 'vira-casaca' e continua como fiel defensor de Cunha.
O deputado ressalta que se se surpreendeu com os votos de Tia Eron (PRB/BA) e Wladimir Costa (SD/PA), que votaram a favor da cassação.Questionado sobre a atitude dos deputados em mudar de lado na última hora, Marun diz que não considera a atitude traiçoeira e sim como um 'ato de fraqueza e amarelão'.
"Até vi em alguns veículos de comunicação que a atitude foi traiçoeira, mas eu não vejo assim. Vejo como uma fraqueza, houve um amarelão e foi pura fraqueza."Eu continuo com o mesmo pensamento, eu não sou um vira-casaca. Mantenho minha posição", diz Marun.
O parlamentar destacou que ficou 'de boca aberta' com o resultado final da votação, já que não acreditava na aprovação do relatório de afastamento. "Eu fiquei muito surpreso, até porque de última hora, dois mudaram de posição e se posicionaram a favor da cassação. Eu realmente acreditava que não passava".
Para o deputado, o voto de Tia Eron foi o mais decisivo e deu uma tranquilidade maior para Wladimir Costa seguir a mesma direção e acompanhar o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM/RO), favorável à cassação.
O peemedebista admite que alertou Eduardo Cunha junto de outros aliados, que ao conduzir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara, sofreria consequencias drásticas. "Nós fizemos o alerta durante várias vezes, que esse processo de impeachment o arrastaria junto, mas ele optou por correr o risco".
O processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado e foi entregue pelo PSOL e Rede à Mesa Diretora da Câmara, no dia 13 de outubro de 2015. A Mesa, comandada por Cunha, levou o prazo máximo de 14 dias para realizar a tarefa de numerar a representação e enviá-la ao Conselho de Ética, o que retardou o início dos trabalhos do colegiado. O processo só foi instaurado quase um mês depois da representação, em 3 de novembro de 2015.
Agora o processo contra Cunha precisa ser analisado em plenário. Para que Cunha tenha o mandato cassado, é preciso pelo menos 257 votos, a maioria absoluta dos 513 deputados.