O deputado federal Carlos Marun, do PMDB, disse que conversou com o ex-governador André Puccinelli, do mesmo partido, no último sábado (13) e afirmou que o 'amigo' vive um momento 'difícil' na vida pessoal. Marun afirmou que, neste momento, o partido se preocupa com o pagamento da fiança imposta pela Justiça de Mato Grosso do Sul, no valor de R$ 1 milhão.

"Esse é um momento difícil para todos nós. A preocupação dele é com a fiança de R$ 1 milhão e, com o bloqueio de bens, esse pagamento fica complicado. Neste momento, nós estamos focados em resolver um problema pessoal", disse Marun.

Marun ainda relatou que apesar do ex-governador ser alvo da Operação Máquinas de Lamas, "os planos do partido continua o mesmo e isso não afeta em nada apesar do forte impacto. Mas o fato dele [Puccinelli] usar a tornozeleira impede que ele saia de Campo Grande e faça política".

O deputado ainda disse que o fato do ex-governador ter sido levado de forma coercitiva à sede da Polícia Federal, para prestar depoimento, foi "desnecessária". "Não precisava disso, não era necessário. Também não precisava da tornozeleira já que era para evitar que ele deixasse o país, era só pegar o passaporte. Ou seja, havia outras medidas necessárias que poderia ter sido utilizadas".

Por fim, o Marun chama atenção que causou estranheza o fato do Justiça estipular a fiança de R$ 1 milhão. "Creio que não tem ação criminal contra ele e ainda assim, colocam fiança de R$ 1 milhão, isso me causa estranheza", finaliza.

Máquinas de Lama

André Puccinelli é investigado por lavagem de dinheiro e corrupção, investigadas na 4ª Fase da Operação Máquinas de Lama. A Polícia Federal aponta o principal líder do PMDB, como beneficiário de suposto megaesquema de corrupção na Secretaria de Obras do Estado. Ele trabalharia em conjunto com o empresário João Amorim em supostas falcatruas com a verba pública.

O ex-governador teve pela segunda vez, o apartamento em que mora em Campo Grande vasculhado pelos agentes federais, além de fazendas no interior do Estado. Na quinta-feira (11), André foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, onde prestou depoimento e depois foi encaminhado até o Patronato, da Agepen, onde recebeu tornozeleira eletrônica, um dispositivo de acompanhamento virtual, usado normalmente em criminosos condenados, ou em investigados.

Puccinelli está impedido de deixar a Capital, embora a defesa negue, e foi posto o pagamento de fiança no valor de R$ 1 milhão. O prazo final para o pagamento termina nesta segunda-feira (15).