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Política

17/10/2017 10:54

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MPT critica e recomenda revogação imediata de portaria que altera conceito de trabalho escravo

A portaria dispõe sobre os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas à de escravo

A portaria do Ministério do Trabalho que modifica o conceito de trabalho escravo e traz novas regras sobre a publicação da Lista Suja foi criticada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). Divulgada no Diário Oficial da União, a Portaria MTB Nº 1129/2017 dispõe sobre os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas à de escravo para fins de concessão de seguro-desemprego ao trabalhador que vier a ser resgatado em fiscalização do Ministério do Trabalho.

Diante da publicação, o MPT com o Ministério Público Federal (MPF) pretende recomendar a revogação imediata da portaria. Caso isso não aconteça, o órgão garante que tomará as providências cabíveis. Segundo a norma, para que a jornada excessiva ou a condição degradante sejam caracterizadas, é preciso constatar a restrição de liberdade do trabalhador, o que contraria o artigo 149 do Código Penal, que determina que qualquer um dos quatro elementos é suficiente para caracterizar a prática de trabalho escravo.

A portaria diz que a divulgação da Lista Suja será feita somente por determinação expressa do ministro do Trabalho, o que antes era feito pela área técnica do ministério. Para o procurador-geral do Trabalho em exercício, Luiz Eduardo Guimarães Bojart, a portaria desconstrói a imagem de compromisso no combate ao trabalho escravo conquistada internacionalmente pelo Brasil nos últimos anos. “Ela reverte a expectativa para a construção de uma sociedade justa, digna e engajada com o trabalho decente. Vale reafirmar que o bom empresário não usa o trabalho escravo. A portaria atende apenas uma parcela pouca representativa do empresariado”.

De acordo com o coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete) do MPT, Tiago Muniz Cavalcanti, a portaria viola tanto a legislação nacional quanto compromissos internacionais firmados pelo Brasil. "O governo está de mãos dadas com quem escraviza. Não bastasse a não publicação da lista suja, a falta de recursos para as fiscalizações, a demissão do chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), agora o ministério edita uma portaria que afronta a legislação vigente e as convenções da OIT”.

 

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