O deputado estadual Pedro Kemp, do PT, explicou, nesta terça-feira (23), que os R$ 30 mil repassados pela J&F para sua campanha em 2014 foram recebidos através do partido. O diretor da empresa, Ricardo Saud, havia listado o deputado, durante a delação premiada, em lista que detalhou centenas de beneficiários da empresa.

Kemp afirmou que estas doações foram feitas ao partido e que o PT teria repassado para os demais candidatos. "Foi uma doação legal e registrada. Se as pessoas quiserem, podem entrar no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e consultar a prestação de contas que está lá", afirmou.

O parlamentar ainda afirma que, na época, a doação teria sido feita pela JBS para o candidato ao Senado, Ricardo Ayache, hoje no PSB.

A denúncia

O deputado Pedro Kemp, do PT, que pede hoje o impeachment de Reinaldo Azambuja, do PSDB, foi mais um citado na delação do JBS. Segundo lista do diretor da J&F, Ricardo Saud, o parlamentar recebeu R$ 30 mil em forma de doação de campanha.

Saud contou em sua delação premiada que a empresa distribuiu propinas por atacado no meio político brasileiro, detalhando os nomes de centenas beneficiários. Em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR), ele revelou que 1.829 candidatos, de 28 partidos das mais variadas colorações, receberam dinheiro do grupo controlado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.

“Eleitos foram 179 deputados estaduais, de 23 estados; 167 deputados federais, de 19 partidos. Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB, três do PT, dois do PSB, um do PP, um do PSD”, contou. Saud.

As doações foram feitas legalmente, ou seja, constam no Tribunal Superior Eleitoral.