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Política

04/09/2018 13:22

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Odilon entrega documentos e PF entra no caso de ex-servidor da Justiça Federal

Juiz federal aposentado quer que ex-subordinado prove o que disse em depoimento

O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PDT, informou, nesta terça-feira, por meio de seu site, ter ido à superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande, e lá pedido a instauração de inquérito policial para investigar os “fatos apresentados pelo ex-servidor da Justiça Federal, Jedeão de Oliveira, que o acusou de irregularidades quando exercia o cargo de juiz federal na 3ª Vara Federal de MS”.

Jedeão, por indicação do então juiz, ingressou na corte federal em 1995, emprego mantido até julho de 2016, período que ocupava o cargo de diretor de Secretária da 3ª Vara. Também por influência do magistrado, ele foi demitido.

Odilon o exonerou depois de uma correição conduzida pela Corregedoria do Tribunal Regional da 3ª Vara Federal. Levantamento apurado na 3ª Vara revelou o sumiço de R$ 11 milhões, dinheiro apreendido em poder de investigados pela corte e que deveria ser depositado em conta judicial.

Jedeão foi apontado como acusado e perdeu o emprego com rendimento superior a R$ 10 mil mensais. Ele nega que tenha ficado com o dinheiro. Procurou um cartório na cidade de Bauru, interior de São Paulo, lavrou um depoimento seu que preencheu 23 páginas. O conteúdo das declarações atira acusações contra Odilon, um deles o de que favorecia amigos do filho advogado com sentenças direcionadas e ainda dominava uma esquema de grampos telefônicos ilegais.

O ex-diretor de Secretaria diz ainda que o cofre com os R$ 11 milhões desaparecidos ficava dentro do gabinete do juiz federal, daí não tinha domínio para sair de lá com dinheiro na mão. O depoimento de Jedeão tem sido examinado pelo MPF (Ministério Público Federal).

ODILON CONTESTA

O juiz aposentado reagiu às declarações levantando suspeitas sobre o ex-diretor demitido por ele ter supostamente usado o período eleitoral para acusá-lo.

Em seu site, Odilon ressalta que a competência da investigação está na esfera da Polícia Federal por se tratar de fatos supostamente terem sido praticados no exercício do cargo de magistrado federal, “contrariando, portanto, interesse da União”, o que justifica as investigações, processo e julgamento no âmbito federal.

No pedido, segundo publicado no site do candidato do PDT, o juiz federal aposentado afirma ter dispensado o segredo de justiça e apresentado as informações veiculadas no jornal Folha de São Paulo, no dia 30 de agosto, “com acusações sérias contra sua pessoa feitas por um ex-assessor demitido por ele em meados de 2016, após ser pego em ato criminoso na 3ª vara federal”.

Também cita o fato de o ex-servidor acusá-lo de facilitar, enquanto juiz, a realização ilegal de monitoramentos telefônicos pela própria Polícia Federal. Conforme as acusações, o juiz Odilon sempre teve um grupo de “arapongas” formado por policiais federais para fazer grampos à margem da lei, relata o pedido de inquérito.

HONESTO

"Para Odilon, é muito estranho o ex-servidor esperar mais de dois anos após ser exonerado para registrar “Declarações por Instrumento Particular” no cartório de Bauru (SP), enquanto ele estaria residindo em Cuiabá (MT). O juiz aposentado também questiona a falta de provas para as declarações divulgadas na Folha de São Paulo e imprensa de todo o Estado de MS na véspera da estréia do programa eleitoral no rádio e na televisão”, diz trecho do texto publicado no site do juiz aposentado.

“Ser honesto e transparente não é favor, mas dever de qualquer servidor público, desde o mais humilde até o presidente da República”, destacou Odilon, acrescentando que se ele, no exercício do cargo de juiz federal, tenha cometido algum delito, tudo deve ser rigorosamente apurado. “Ninguém está acima da lei”.
O magistrado aposentado apresentou documentos e pede à PF para ouvir algumas testemunhas, entre familiares e ex-assessores da Justiça Federal, alguns até citados pelo servidor exonerado por desvio de recursos da 3ª vara federal de Campo Grande.

“Durante mais de 30 anos como juiz federal fui reconhecido por minha atuação implacável contra o crime organizado. Em razão disso perdi minha liberdade. Por isso, não aceito esse tipo de acusação. É óbvio tratar-se de armação política e o povo conhece a cara do político que fez isso”, reiterou Odilon, complementando estar esperando agora qual o próximo réu ou ex-servidor a ser cooptado para acusá-lo, uma vez que essa armação não deu certo. “Espero que tudo seja esclarecido”, afirmou.

A reportagem do TopMidiaNews tentou falar com o advogado que defende Jedeão, mas até a publicação deste material não tinha conseguido.

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