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Política

22/06/2022 15:16

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Professor Tiago Botelho, mais jovem pré-candidato ao Senado no Brasil, fala de suas propostas

Advogado, professor e coordenador do curso de Direito da UFGD, Tiago Botelho é a nova aposta do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul (PT/MS) para o Senado. 

Em entrevista ao Top Mídia News, Tiago Botelho afirmou estar preparado para o embate eleitoral e que sua pouca idade e inexperiência em cargos políticos não o desqualificam, pelo contrário, fazem com que a população de MS o veja como a renovação, o novo e a possibilidade de ter no Senado Federal uma proposta que realmente represente o trabalhador, o jovem, o microempresário, a agricultura familiar, os profissionais liberais e as minorias. 

- Quem é o Tiago Botelho e por qual motivo resolveu entrar na política?

Tiago é o filho mais velho de uma professora e de um engenheiro-agrônomo, ambos servidores públicos que acreditam que a educação é o maior patrimônio de uma pessoa. Me alfabetizei na escola pública, sou formado em Direito pela UEMS e em História pela UFGD. Fiz mestrado em Direito Agroambiental pela UFMT e doutorado em Direito Socioambiental pela PUCPR. Para mim, a profissão mais bonita é a de transmitir de forma pedagógica o conhecimento. Me encanta ser professor de uma universidade pública.

Eu não entrei na política, a política é que entra na gente desde o dia em que a gente nasce. Resolvi ser pré-candidato ao Senado, pois acredito que um senador pode mudar a vida das pessoas de seu estado para melhor. São oito anos de mandato construindo projetos que valorizem a mulher, os negros, os trabalhadores, o SUS, a educação, a agricultura familiar, os jovens, as minorias e tantos outros sujeitos. Político não serve para legislar apenas para bancos, empresas e gente rica. Um senador precisa pensar em quem mais precisa.

- De que maneiras você acredita que a juventude pode se inserir ou ser incentivada a se inserir na política, além de sua filiação a partidos políticos?

A juventude precisa ser ouvida. É ela que melhor conhece suas demandas. O problema é que os políticos não dialogam com os jovens para discutir políticas específicas para a juventude. Por exemplo, o Estatuto da Juventude, aprovado em 2013, não foi implementado.

Um senador pode usar seu mandato para impulsionar políticas e cobrar a omissão do poder público no que se refere à juventude. Tenho dito, por onde passo, que na próxima eleição municipal quero usar nosso mandato no Senado para dar formação de base para a juventude de todo o estado de MS e incentivar jovens a se candidatarem a prefeito, a vice-prefeito e a vereador. A política é, também, dos jovens. 

- Como seu mandato, caso seja consolidado como candidato e caso seja eleito, atuará frente às questões indígenas, já tão inflamadas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul? Como trabalhar essa causa sem desvalorizar ou ignorar a importância do agronegócio para o estado?

Dialogarei com todos os setores de Mato Grosso do Sul. O agronegócio representa 30% da economia do estado e 70% é formada por outros setores. Portanto, o MS precisa de um senador que construa diálogo ao invés de ódio. A Constituição Federal protege a propriedade privada, grande defesa do agronegócio, mas, tão importante quanto, o texto constitucional diz que também são direitos a sadia qualidade de vida, o meio ambiente ecologicamente equilibrado, a reforma agrária, a demarcação das terras indígenas e a titulação das terras quilombolas. 

Demarcar terra indígena, proteger o meio ambiente ou fazer reforma agrária é dever do Estado. Precisamos parar de tratar tais assuntos como mera opinião. Precisamos fortalecer o INCRA, a FUNAI e o IBAMA para que aqueles que descumprirem o que diz a Constituição Federal serem punidos.  

Digo aos meus alunos que se a sociedade brasileira soubesse da importância dos povos indígenas na proteção do meio ambiente e na manutenção dos nossos biomas quem lutaria por esses povos seria todo o povo brasileiro. Chega de violência no campo! Precisamos de paz. Os povos indígenas precisam de demarcação de suas terras e de políticas específicas. 

- Em sua caminhada pelo estado desde o momento em que foi anunciado como pré-candidato, como tem visto os anseios da população com quem conversa? Quais são os pedidos e as mensagens mais frequentes?

Em cada cidade a que chego e olho nos olhos das pessoas vejo sua vontade de terem um representante que realmente represente seus sonhos, que melhore a vida dos filhos e dos netos, da família, que defenda seus direitos, que faça política com carinho, amor e comprometimento. Ninguém aguenta mais a política feita apenas de quatro em quatro anos. 

Em todas as cidades perguntam sobre a última vez que um senador por lá passou e a resposta é sempre a mesma: na eleição, depois de eleito não voltou. Um senador não pode sumir dos municípios! É em Brasília que ele discute os problemas do estado, mas o sul-mato-grossense vive nos municípios. Um senador que se afasta do povo vira senador de si próprio. Cada mensagem de carinho que recebo nas redes, cada convite para tomar um café, almoçar ou jantar na casa das pessoas ou cada presente que venho recebendo me deixam mais animado e certo de que as pessoas gostam da política.

- Como andam as articulações para a formação da bancada da educação? O que especificamente visa esse projeto?

Se tem a bancada do boi e da bala, vamos criar a bancada da educação. São deputados e senadores que usarão seus mandatos para defenderem a educação em todos os níveis, assim como os profissionais em educação e os alunos. Chega de ver a educação ser tratada como gasto, precisamos ver a educação como investimento. De eleição em eleição, todos os políticos falam de educação, mas quando ganham esquecem da gente. Me corta o coração ver professor contratado ganhando menos que professor concursado no estado. É revoltante ver o corte de sete milhões de investimento em educação feito pelo governo Bolsonaro. O piso salarial dos professores sendo descumprido. Universidades sob intervenção. Reforma do Ensino Médio feita totalmente sem diálogo com a base. Vivemos uma crise na educação e precisamos de professores no Congresso Nacional. 

- A questão da fome assola o Brasil. Qual é o seu posicionamento sobre essa temática? 

Hoje, infelizmente, existem 33 milhões de pessoas com fome no Brasil. Esse número é o montante de habitantes do Peru. É como se um país todo estivesse com fome. Na Região Centro-Oeste, onde se localiza o Mato Grosso do Sul, há 2,1 milhões de pessoas famintas. No nosso estado, 5% da população passa fome, algo em torno de 41 mil residências. A culpa do Brasil ter voltado para o mapa da fome é do governo Bolsonaro e de sua ministra da Agricultura e Abastecimento, Tereza Cristina. A mesa do brasileiro está desabastecida. 

Os dois, de forma irresponsável, empurraram o Brasil para o mapa da fome novamente. O próximo presidente, que espero que seja o Lula, terá em minha pessoa o compromisso de no Senado Federal ajudar a tirar, novamente, o Brasil do mapa da fome. O meu partido sabe como fazer e o faremos. 

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