Nos primeiros 30 dias a frente do Ministério do Planejamento e Orçamento, a ministra Simone Tebet teve duros embates e enfrentamentos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. E, apesar das diferenças, Tebet vem pontuando que a visão de ambos é trabalhar com responsabilidade fiscal para melhoria social.

Em entrevistas ao Estado de Minas e ao Uol, a sul-mato-grossense destacou que há um entendimento entre os membros da nova administração, entre os que podem ter ambições políticas em 2026, que só terão chances se "a casa for arrumada" em 2023.

Sobre supostos ataques de "fogo amigo" de petistas, ela cita que não se intimida e que seu objetivo é cumprir a missão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Na semana passada, Tebet foi uma das palestrantes da conferência de empresários realizada em Portugal e organizada pelo Lide. Ao responder a perguntas de diferentes empresários, ex-ministros e até de ministros do Supremo, ela admitiu que seu "ministério não é fácil".

"Temos de dizer os nãos. Para crescer, temos que ter um superavit de 2%", afirmou. A ministra destacou como herdou uma "confusão" diante de um déficit deixado de 2% do PIB, de R$ 231 bilhões.

A ministra admitiu que ela e o ministro Fernando Haddad têm divergências. Mas garantiu que, acima disso, está o foco em fazer o Brasil crescer e combater a pobreza. Ela sempre enfatiza a responsabilidade com uso de recursos públicos e diz que irá dizer "não" se for necessário. 

Nesses 30 dias, Tebet sentiu a necessidade urgente da reforma tributária e diz que está trabalhando para isso.

"Só vamos crescer quando fizermos o dever de casa: a reforma tributária, um novo arcabouço fiscal, e a mensagem ao empresário de que temos um ambiente seguro."